Para Aristóteles, Deus é o motor imóvel. Este motor não é
uma divindade criadora do mundo; é a causa final. Segundo Aristóteles, como
para todos os Gregos, o mundo sempre existiu e de modo algum foi criado. Deus é
o ponto de chegada, meta final para a qual tende a inteira realidade.
Para Agostinho, se Deus realizou a criação com base em um
ato consciente e voluntário, Ele pode ser considerado responsável pela imperfeição
do mundo? A solução agostiniana: o mal, em si mesmo, não existe, é ausência,
limitação do bem. O mal é puro não-ser, assim como a escuridão não tem uma
realidade substancial, mas existe somente por via negativa, como
ausência de luz.
Para Plotino, Deus é uma realidade tão diversa que exclui
qualquer possibilidade de compreensão. Podemos apenas dizer que é Uno, uma vez
que a multiplicidade parece ser uma peculiaridade do mundo terreno.
Para Dionísio, podemos falar de Deus apenas pela via
negativa; dizer o que Ele não é. Assim: Deus não pode ser definido como luz,
senão acrescentando que também é escuridão; não pode ser definido como amor,
porque a sua distância do ser humano o impede de conhecer o mundo. Deus, o Uno,
é inefável, isto é, absolutamente transcendente e incomensurável,
estranho a qualquer critério humano.
Para Cusa, em Deus estão presentes, de modo infinito e
perfeito, todos os elementos que em nosso mundo se opõem irredutivelmente. Como
o conhecimento humano é fundado na proporção e na medida, o infinito, a verdade
e Deus, que escapam a qualquer critério proporcional, permanecerão sempre
incognoscíveis para o homem.
Para Spinoza, da definição de Deus como substância (aquilo
que não precisa de nada para existir) decorre uma série de considerações:
Deus é único, perfeito, auto-suficiente, dotado de infinitos atributos, que só
em parte os homens conseguem perceber e compreender. Spinoza sustenta que Deus
é a natureza e a natureza é Deus. E, posto que Deus é infinito, assim também
deve ser a natureza, não obstante nos pareça finita e determinada.
Para Leibniz, se um indivíduo pensa em levantar um braço, e
efetivamente o fenômeno se realiza, não é porque a sua vontade espiritual tenha
influído sobre o corpo; mas porque as duas dimensões que formam o indivíduo,
espírito e corpo, foram perfeitamente sincronizadas pela sabedoria divina.
Para Feuerbach, toda a religião é uma antropologia
invertida. Segundo ele, as qualificações de Deus nada mais são do que as ideias
tipicamente humanas. Deus é onisciência, porque conhecer e saber são valores
imensamente apreciados pelo gênero humano; é amor, porque todos nós amamos e
gostaríamos de amar mais; é justiça, porque essa é a virtude de que mais
sentimos falta.
Fonte de Consulta
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/conceito-de-deus
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