05 fevereiro 2012

A Existência de Deus Segundo Alguns Filósofos

Para Anselmo, a nossa reflexão sobre Deus deve basear-se na ideia de perfeição. Para isso, evoca dois tipos de perfeição: uma realmente existente; a outra, produto de nossa mente. Daí, afirma que qualquer um concordaria que a primeira é superior à segunda, pois a esta última falta uma importante característica: a existência. Se Deus é ser perfeitíssimo então deve necessariamente existir. A definição de Deus com aquilo ao qual nada é maior implica a sua existência.

Para São Tomás de Aquino, importa recorrer à experiência, e não somente à lógica. Cada uma delas tem como ponto de partida um elemento extraído do mundo real: 1) o movimento; 2) o encadeamento de causas e efeitos; 3) a contingência; 4) os diversos graus da perfeição; 5) o finalismo. Todos os caminhos fazem um percurso semelhante, demonstrando que essas características da realidade pressupõem um ente fundante, respectivamente: 1) um Motor Imóvel; 2) uma Causa sem Causa; 3) um Ser absolutamente necessário; 4) um Ser perfeito; 5) uma Inteligência ordenadora.

Para Pascal, a existência de Deus equivale a uma aposta, como se fosse um jogo de azar.  Existe uma parada em jogo: a conduta virtuosa de nossa vida; um possível ganho: a beatitude do paraíso; uma possível perda: a renúncia aos prazeres mundanos. A aposta é razoável porque o jogador um bem finito (a própria vida terrena) para ganhar, vencendo, um prêmio infinito.

Para Spinoza, a existência de Deus deve basear-se no conceito de substância, ou seja, que não precisa de nada para existir. Daí, concluir que: 1) só uma substância pode existir (monismo); 2) tal substância deve ser Deus; 3) a matéria e o espírito não devem ser considerados substâncias, mas sim atributos (manifestações) da única substância; 4) a substancia divina é livre – porque age somente sob o impulso da necessidade da sua natureza – e eterna; 5) sendo única, tal substância não admite nada fora de si mesma e, portanto, deve compreender o mundo inteiro.

Para Kant, a teologia racional é uma ciência impossível. O que absolutamente não significa que Deus não exista, mas apenas que a sua existência não pode ser provada.

NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.

 

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