Para Maquiavel, o fim justifica os meios. O que
conta para um político não é a substância, mas a imagem. Tendo em vista o bem
comum, pode perfeitamente abandonar a ética individual. “Se necessário, o
príncipe pode chegar até à traição; o importante é que justifique o seu
comportamento com uma aparência de legitimidade”.
Para Hobbes, o Estado soberano é um Deus mortal. Acha que o
homem só cumpre a lei quando é atemorizado pelo Estado; quanto mais forte o
Estado, menos serão as transgressões. “Hobbes foi o teórico do absolutismo
político; considerava o Estado uma entidade digna de veneração, um Deus mortal
pouco abaixo de Deus imortal, um Leviatã, o invencível monstro
descrito na Bíblia (Livro de Jó)”.
Para Locke, a proteção do cidadão, com relação ao abuso de
poder, assenta-se na divisão de poderes. Em se tratando do Estado, elucida,
também, os limites da tolerância: “Uma sociedade democrática não pode aceitar
qualquer seita secreta e obediente a um país estrangeiro, assim como não pode
permitir o ateísmo, sinônimo de imoralidade e falta de responsabilidade”.
Para Rousseau, o Estado deve pautar-se pela vontade geral, e
não a da maioria. É uma posição contrária à democracia: “O bem comum não pode
ser estabelecido pela simples soma estatística das opiniões individuais – por
exemplo, pelo voto, posto que somando tantos egoísmos não se obtém
absolutamente altruísmo e consciência civil”.
Para Kant, o Estado deveria respeitar uma constituição
republicana mundial. Mesmo reconhecendo que a agressividade é própria da
psicologia humana, ainda assim crê firmemente na utopia pacifista. “Não
poderiam existir guerras civis em um Estado de direito capaz de salvaguardar os
princípios fundamentais da igualdade social, da liberdade individual, da
representação e da divisão de poderes”.
Para Hegel, o Estado é uma família em ponto grande; é substância
ética consciente de si mesma. Com isso, diviniza a noção de Estado.
“Reafirmando a unidade interna típica da família (tese), e após ter passado
pela dispersão da sociedade civil (antítese), o Estado coloca-se como um
organismo vivo e necessariamente compacto e unitário, uma verdadeira família
ampliada”.
Para Marx, a história é luta de classes. Em seu materialismo
histórico e dialético, mostra as transformações da sociedade. Para tanto,
baseia-se na dialética de Hegel. “O mundo feudal, o capitalismo burguês e a
futura sociedade comunista são respectivamente a tese, a antítese e a síntese
de uma tríade dialética global”.
Fonte de Consulta
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das
Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo,
2005.
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