Para Campanella, tanto a família quanto a propriedade
privada deveriam ser abolidas e substituídas por um ambiente de vida totalmente
comunitário. Somente essas radicais reformas podem gerar um novo tipo de homem,
superando o egoísmo e o individualismo.
Para Hobbes, no gênero humano, diferentemente de no animal,
não existe sociabilidade instintiva. Entre os indivíduos não existe um amor
natural, mas mistura de temor e necessidade recíprocos que, se não fosse
disciplinada pelo Estado, originaria uma incontrolável sucessão de violências e
excessos. Ao Estado cabe o papel de suprimir qualquer tentativa de fazer prevalecer
o interesse pessoal.
Para Locke, há continuidade entre a condição
natural-primitiva e a social-política do homem. “A formação de uma sociedade
não deve ser pensada como um evento artificial, em oposição a um instinto
solitário e natural do indivíduo, mas como o aperfeiçoamento de uma exigência
fundamental de socialização presente mesmo nas civilizações mais atrasadas”.
Para Rousseau, o homem não nasce cativo, mas torna-se
prisioneiro ao viver em sociedade. Ele defende a superioridade ética do homem selvagem.
“Vivendo sozinho, sem possuir nada de seu e empenhado na cotidiana luta pela
existência, em contato direto com a natureza, o homem primitivo não conhecia a
mentira e a agressividade. Matava para alimentar-se, mas não tinha sequer noção
de delito”. Acha que a maldade do homem moderno assenta-se na natureza
artificial das relações sociais. Acrescenta que o nascimento da propriedade
privada é a causa do egoísmo, da inveja e dos piores vícios.
Fonte de Consulta
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das
Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo,
2005.
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