Para Parmênides, a linguagem
consiste na doutrina do ser, sintetizada na célebre fórmula o ser é, o não-ser não é. A sua argumentação baseia-se no
seguinte: “Enquanto aquilo-que-é pode ser dito — portanto, pensado —, aquilo-que-não-é
afasta-se, por definição, de qualquer formulação linguística e intelectual. É
impossível pensar o nada. No cotidiano, usamos o verbo ser de modo impróprio e acabamos por
atribuir realidade a condições de ausência, a coisas que não existem: a escuridão
e o silêncio, por exemplo, são condições de não-ser da luz e do som, portanto,
pela lógica não existem”.
Para Górgias, a linguagem fundamenta-se no poder mágico das
palavras. Para tal demonstra a não-culpabilidade de Helena na Guerra de Troia.
Argumenta que Helena foi raptada contra a sua vontade, mas não com violência,
pois teria sido seduzida pelas palavras de Paris. Usando com destreza a
linguagem, pode-se produzir modificações físicas em que escuta: rubor, medo,
simpatia, antipatia etc.
Para Demócrito, as palavras são estranhas às coisas que
representam. São simplesmente sinais convencionais. Nas diversas línguas empregam-se
nomes diferentes para o mesmo objeto. “As palavras não possuem, em si, como
som, nenhum significado; são puras convenções que adquirem sentido somente pelo
uso comum com base no critério de utilidade recíproca”.
Para Rousseau, a linguagem nasceu sob o estímulo das
emoções, não da utilidade social, como sustentava Demócrito. “Para resolver
todos os problemas práticos da vida bastam os gestos e as ações; é somente para
significar o amor e o ódio que as palavras se tornam imprescindíveis. A primeira
linguagem dos homens era, portanto, poética, expressiva, ligada aos estados de
ânimo. Depois vieram as gramáticas: ganhou-se em clareza, mas perdeu-se em
poesia”.
Para Hobbes, as operações mentais são reduzidas a um puro
cálculo matemático. O pensamento e a linguagem podem ser descritos por meio da
composição e decomposição de palavras e sinais: “Dois termos são adicionados em
uma afirmação e subtraídos na negação; quanto mais afirmações se adicionam em
uma dedução, mais deduções concatenadas entre si formam a demonstração.
Raciocinar é, portanto, computar, ou seja subtrair, somar,
calcular”.
Fonte de Consulta
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das
Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo,
2005.
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