17 fevereiro 2012

A Matéria Segundo Alguns Filósofos

Para Zenão, o movimento não existe. Ele demonstra que “afirmar a realidade de qualquer manifestação do não-ser (o movimento, a translação dos corpos, a multiplicidade, a velocidade) leva a conclusões ainda mais paradoxais”.

Para Demócrito, a alma também é feita de átomos. Acha que para a matéria não vale a mesma divisibilidade infinita de que gozam os números matemáticos. “Pode-se subdividir um número ao infinito, mas partindo de uma partícula de matéria progressivamente chega-se a um mínimo indivisível (e invisível): o átomo, expressão grega que significa, literalmente, sem divisão”.

Para Plotino, Deus não criou o mundo, mas emanou-o. “Não foi um ato de livre criação que produziu a realidade material, como querem os cristãos, mas um processo automático de irradiação. Assim como o perfume exala (emana) de uma flor, o mundo transborda de Deus”.

Para Giordano Bruno, habitamos um dos infinitos mundos. Até então, acreditava-se no universo finito. Ele afirma que o “Universo é infinito e homogêneo em cada parte; não existe uma esfera das estrelas fixas nem o último céu (Empíreo). É razoável supor também que outros corpos celestes são habitados por seres inteligentes”.

Para Galileu, a natureza possui qualidades objetivas e subjetivas. Para provar a sua tese faz considerações sobre o tato, o menos confiável entre os cinco sentidos. “De fato, é suficiente tocar um objeto para perceber de imediato a sua forma porque, mesmo de olhos fechados, ninguém confunde uma esfera com um cubo. Por outro lado, o contato com os objetos produz também reações absolutamente subjetivas: as cócegas, por exemplo, dependem mais do estado do sujeito (da reatividade da sua pele) que da natureza do objeto”.

Para Berkeley, a matéria não existe, é apenas uma ideia na mente. “A matéria não existe, existem somente Deus e o espírito humano. As qualidades objetivas que parecem tão concretas e que Galileu julgava inopináveis são apenas uma representação da mente”.

Para Leibniz, em cada gota existe um jardim cheio de plantas. Contrariando Descartes e Demócrito, diz que a matéria pode ser dividida ao infinito. “Chegando ao limite infinitesimal, em um certo sentido, no fundo da matéria, encontra-se um princípio incorpóreo, a Mônada espiritual”.

Para Schelling, a matéria é vida adormecida. Um mesmo princípio está subordinado à natureza orgânica e inorgânica. “Não existe nada de morto no universo, tudo está concatenado com todo o resto de modo a formar um grande animal, um macrocosmo estruturalmente semelhante a um ser humano”.

Fonte de Consulta

NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna. Tradução de Margherita De Luca. São Paulo: Globo, 2005.

 

Um comentário:

Anônimo disse...

Vlw, ajudou bastante ;)