09 outubro 2005

Panteísmo: Pequeno Escorço Histórico

Panteísmo – Do grego pan "tudo", "todo" e theos Deus é uma doutrina filosófica que identifica Deus e o mundo, o criador e a criação, ou seja, considera Deus como a universidade dos seres ou conjunto de tudo quanto existe. Diz-se também que é sistema filosófico segundo o qual tudo é, não apenas por Deus, mas em Deus. Para o estoicismo, o divino não é transcendente (isto é, superior e exterior ao mundo, como no cristianismo), mas imanente (está situado em tudo na natureza).

O termo panteísmo foi criado por John Toland, no início do século XVIII. Contudo, a ideia panteísta já existia há muito tempo. Emerge da teogonia hindu, que concebia o infinito como imanente do espírito universal. Depois passou ao zoroastrismo, à filosofia grega e ao gnosticismo cristão, que, séculos depois, encontrou a sua expressão mais alta nos trabalhos do judeu Baruch Espinosa (1632-1677), filho de pais portugueses.

panteísmo da Grécia antiga teve os contributos de Sócrates, Platão, Aristóteles e outros. Mas, foi com Zenão de Cicio (340-264), o fundador do estoicismo, que houve uma síntese perfeita de todas as teorias anteriores. Sabe-se que Zenão procurou combinar o "logos" de Heráclito, o "nus", motor do mundo, de Anaxágoras, as "ideias" de Platão e as "enteléquias" de Aristóteles. Para ele, "Deus acha-se no homem e na natureza, natureza e Deus são uma mesma coisa".

Giordano Bruno (1548-1600), considerado o precursor do panteísmo moderno, diz: "Deus é o ser universal em que tudo submete, que se transforma em todas as coisas e com elas constitui uma única realidade". Este pensamento chega a Baruch Espinosa, que empresta ao panteísmo uma forma científica: "A substância é o ente que não depende de causas. E como não pode produzir outra substância, segue-se que uma única existe, que é infinita e dotada de duas propriedades, igualmente infinitas – o pensamento e a extensão".

Fichte, Scheling e Hegel também desenvolvem as suas teorias acerca do panteísmo. Hegel, por exemplo, professa uma doutrina que deve ser considerada o apogeu do panteísmo: "O princípio de tudo não é o sujeito pensante nem o objeto pensado mas a ideia  que é o ente comum em que se resolvem todas as ideias, porque tudo o que é ideal é real e vice-versa". Para ele, Deus ou o absoluto é a ideia.

Como vemos, as discussões panteístas tornam Deus bastante obscuro. A Doutrina Espírita esclarece a questão com uma única frase: "Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas".

Fonte de Consulta

GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]



 

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