Panteísmo – Do
grego pan "tudo", "todo" e theos Deus
é uma doutrina filosófica que identifica Deus e o mundo, o criador e a criação,
ou seja, considera Deus como a universidade dos seres ou conjunto de tudo
quanto existe. Diz-se também que é sistema filosófico segundo o qual tudo é,
não apenas por Deus, mas em Deus. Para
o estoicismo, o divino não é transcendente (isto é, superior e
exterior ao mundo, como no cristianismo), mas imanente (está situado em tudo na
natureza).
O termo panteísmo foi
criado por John Toland, no início do século XVIII. Contudo, a ideia panteísta
já existia há muito tempo. Emerge da teogonia hindu, que concebia o infinito
como imanente do espírito universal. Depois passou ao zoroastrismo, à filosofia
grega e ao gnosticismo cristão, que, séculos depois, encontrou a sua expressão
mais alta nos trabalhos do judeu Baruch Espinosa (1632-1677), filho de pais
portugueses.
O panteísmo da
Grécia antiga teve os contributos de Sócrates, Platão, Aristóteles e outros.
Mas, foi com Zenão de Cicio (340-264), o fundador do estoicismo,
que houve uma síntese perfeita de todas as teorias anteriores. Sabe-se que
Zenão procurou combinar o "logos" de Heráclito, o "nus",
motor do mundo, de Anaxágoras, as "ideias" de Platão e as
"enteléquias" de Aristóteles. Para ele, "Deus acha-se no homem e
na natureza, natureza e Deus são uma mesma coisa".
Giordano Bruno
(1548-1600), considerado o precursor do panteísmo moderno,
diz: "Deus é o ser universal em que tudo submete, que se transforma em
todas as coisas e com elas constitui uma única realidade". Este pensamento
chega a Baruch Espinosa, que empresta ao panteísmo uma forma científica:
"A substância é o ente que não depende de causas. E como não pode produzir
outra substância, segue-se que uma única existe, que é infinita e dotada de
duas propriedades, igualmente infinitas – o pensamento e
a extensão".
Fichte, Scheling e
Hegel também desenvolvem as suas teorias acerca do panteísmo.
Hegel, por exemplo, professa uma doutrina que deve ser considerada o apogeu do
panteísmo: "O princípio de tudo não é o sujeito pensante nem o objeto
pensado mas a ideia que é o ente comum em que se resolvem todas as ideias,
porque tudo o que é ideal é real e vice-versa". Para ele, Deus ou o
absoluto é a ideia.
Como vemos, as
discussões panteístas tornam Deus bastante obscuro. A Doutrina Espírita
esclarece a questão com uma única frase: "Deus é a inteligência suprema,
causa primária de todas as coisas".
Fonte de Consulta
GRANDE ENCICLOPÉDIA
PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d.
p.]
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