Em filosofia, a verdade é a
correspondência entre o observador e a coisa observada. Todas as vezes que a
nossa visão microcósmica coincidir com o grande mundo macrocosmo, podemos dizer
que estamos de posse da verdade (relativa, é claro).
No transcorrer da vida, somos sempre
levados para os caminhos que desejamos percorrer. É uma espécie de determinismo
orientando os nossos passos. Por esta razão, diz-se que quem nasceu para ser
prego nunca chegará a ser martelo. Como cada um de nós tem um projeto de vida
distinto, o que para uns chega rápido para outros pode demorar muito. É que o
destino gosta das peripécias da existência, dando-nos o tempo suficiente para
nos preparamos para a missão que temos de cumprir.
Quer queiramos ou não, a verdade segue
sua marcha firme e segura. Não são poucas as orientações dos grandes mestres da
humanidade alertando-nos para tal mister. Observe a exortação de Cristo quando
nos diz que não há nada secreto que não venha à luz. Essa advertência leva-nos
a pensar que nada do que esteja sendo burilado em nosso interior, tanto para o
bem como para o mal, ficará para sempre escondido. Um dia, quando menos
esperarmos, estaremos nos beneficiando daquilo que foi preparado hora por hora,
dia por dia, mês por mês, ano por ano.
O tempo, essa lima que corrói
silenciosamente, mostra, no momento certo, todo o desfecho do bem e do mal. Não
é pois por crescer em poder que o falso chegará a ser verdadeiro; muitas vezes,
a verdade se esconde no fundo, e são necessários muitos anos para descobri-la.
Por isso, todos os que sofrem no caminho que a fé os lançar, não deveriam se
lastimar das agruras do destino, mas, ao contrário, pedir forças ao Alto para
suportar com galhardia a realização plena dos desígnios de Deus.
Seguir uma determinada rota, apesar das
asperezas do dia-a-dia, mostra o quanto uma alma está cônscia de seus deveres.
A todo o momento estamos sendo convidados para os vícios e os prazeres
sensuais, os quais, se atendidos, levam-nos a estacionar à beira do caminho.
Quão apertado é o caminho que nos leva à perfeição, pois para percorrê-lo temos
de renunciar aos gozos da matéria, inclusive aos ímpetos do próprio
personalismo. Contudo, Jesus Cristo assevera: "Aquele que perseverar até o
fim será salvo".
A verdade iniciou a marcha e nada
poderá detê-la. Quer dizer, estejamos preparados para aceitá-la sempre que nos
bater à porta.
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