08 dezembro 2025

Use a Lógica (Notas de Livro)

Título: Use a Lógica: Um Guia para o Pensamento Eficaz

Autor: D. Q. Mclnerny

Tradução Fernanda Pantoja. Rio de Janeiro: 3.ª ed. BestSeller, 2009.

“Podemos ter a imaginação como companheira, mas devemos seguir a razão como guia.” — Dr. Samuel Johnson

Prefácio

Lógica é o raciocínio claro e efetivo. Trata-se de uma ciência e de uma arte. Este livro visa apresentar aos leitores os fundamentos da ciência, assim como as habilidades básicas associadas à arte.

Etapa Um — Preparando a Mente para a Lógica

Ser uma pessoa lógica pressupõe ter sensibilidade à linguagem e capacidade para usá-la efetivamente, pois lógica e linguagem são inseparáveis.

06 dezembro 2025

Arrependimento

Arrependimento. Angustiante reconhecimento da culpa.  É um sentimento de pesar ou remorso que surge quando uma pessoa acredita que cometeu uma ação errada ou fez algo que não deveria ter feito. Percepção de que a escolha teve repercussões negativas para si mesma ou para outras pessoas. Pode ser em relação ao passado como ao futuro (decisões adiadas e, caso tivessem sido tomadas, os resultados poderiam ser completamente diferentes).  

Nas 95 Teses, documento escrito por Martinho Lutero (1483-1546) que questionava práticas da Igreja Católica, especialmente a venda de indulgências, e afixada, em 31 de outubro de 1517, na porta da Igreja do castelo de Wittenberg, há alusão ao arrependimento verdadeiro, ou seja, o perdão dos pecados vem do arrependimento sincero, não de pagamentos. Lutero abre as teses afirmando que o arrependimento verdadeiro é uma mudança contínua de vida, não algo que pode ser resolvido com um simples pagamento ou ritual.

Para a religião, a liberdade identifica-se com o sacrifício. As propostas são de renúncia à própria personalidade, de obediência à vontade de Deus e de arrependimento pelas más ações cometidas. Procedendo desta forma, vivenciaremos plenamente o bem e tornar-nos-emos bem-aventurados no reino dos céus. Lá receberemos as recompensas pelo esquecimento da injúria, pelo perdão concedido aos nossos ofensores e pela quietude do espírito nas situações críticas da existência.

Os filósofos estão de acordo em admitir o valor moral do arrependimento. Espinosa, embora julgue que o arrependimento “Não é uma virtude, isto é, não deriva da razão” e que, portanto, quem se arrepende é duplamente miserando e impotente (uma vez porque agiu mal e depois porque se aflige com isso), reconhece que aquele que está submetido ao arrependimento pode, todavia, a voltar a viver segundo a razão muito mais facilmente do que os outros. Montaigne, que dedicou ao arrependimento um de seus ensaios mais notáveis, observara, porém, que o arrependimento não deve transformar-se no desejo “de ser outro”. (1)   

Para Schopenhauer, o arrependimento não é sobre a vontade mudar (o que é impossível), mas sobre o conhecimento mudar, levando a pessoa a se arrepender do que fez em vez do que quis, pois agiu sob falsas noções; ele é uma forma de o caráter adquirido (o eu) se aperfeiçoar, revelando uma discrepância entre o querer e o fazer, um tormento que, ao ser reconhecido, pode levar à negação da Vontade de Vida e à paz interior, mas também pode ser visto como um sofrimento pela descoberta de sua própria essência imutável. (2)

(1) ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970.

(2) Vista geral de IA

02 novembro 2025

Racionalismo (Algumas Notas)

1 — Conceito de Racionalismo. 2 — Representantes do Racionalismo. 3 — Descartes. 4 — Spinoza. 5 — Leibniz. 6 — Pascal. 7 — Bibliografia Consultada.

1 — Conceito de Racionalismo

Racionalismo. Doutrina que privilegia a razão dentre todas as faculdades humanas, considerando-a como fundamento de todo conhecimento possível.

Contrariamente ao empirismo (valorizando a experiência) e ao fideísmo (valorizando a revelação religiosa), o racionalismo designa doutrinas bastante variadas suscetíveis de submeter à razão todas as formas de conhecimento. Em seu sentido filosófico, ele tanto pode ser uma visão do mundo que afirma o perfeito acordo entre o racional e a realidade do universo quanto uma ética que afirma que as ações e as sociedades humanas são racionais em seu princípio, em sua conduta e em sua finalidade. (Japiassu, 2008)

Pensamento e Religião (Algumas Notas)

1 — O Fenômeno Religioso. 2 — Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. 3 — Hinduísmo e Budismo. 4 — Confucionismo e Taoísmo. 5 — Outras Religiões. 6 — Atitudes Filosóficas diante da Religião. 7 — Bibliografia Consultada.  

1 — O Fenômeno Religioso

Não foi apenas o pensamento racional que procurou dar respostas a certas preocupações humanas. As religiões também tentaram explicar temas como a origem do mundo e dos homens, seu destino após a morte e a melhor maneira de se comportar com os outros e consigo mesmo. Grande parte da história do pensamento racional transcorreu em paralelo ou se confundiu com a história das religiões. Apesar da rápida secularização de alguns países ocidentais, uma grande parte da humanidade continua a explicar o mundo e a orientar seu comportamento a partir de pressupostos religiosos.

Nova Ciência (Algumas Notas)

1 — Começo da Revolução Científica. 2 — A Nova Ciência: Bacon. 3 — A Nova Ciência: Galileu. 4 — O Apogeu da Revolução Científica. 5 — Giordano Bruno: o Universo Infinito. 6 — Bibliografia Consultada.

1 — Começo da Revolução Científica: Copérnico

Com o Renascimento, começa a revolução científica, longo e complexo processo de mudança pelo qual uma nova imagem do mundo se impõe às velhas ideias científicas da Antiguidade e da Idade Média. Esse processo percorre suas primeiras fases nos séculos XV e XVI e culmina no século XVII com a mecânica celeste de Newton: seu ponto central está situado na revolucionária teoria astronômica de Copérnico, que afirma, pela primeira vez, que a Terra não é o centro do Universo. 

Junto com a astronomia, a nova ciência escavou o chão sob os fundamentos e princípios básicos da física de Aristóteles: a finitude do Universo, a heterogeneidade das substâncias terrestres e celestes (incorruptíveis e inalteráveis), a interpretação finalista do movimento, a uniformidade e a circularidade do movimento dos corpos celestes, a distinção entre movimentos naturais e movimentos violentos ou antinaturais. 

Iluminismo (Algumas Notas)

1 — O Pensamento Iluminista. 2 — O Iluminismo Francês. 3 — O Enciclopedismo. 4 — Rousseau. 5 — O iluminismo Alemão. 6 — As Ideias Científicas do Iluminismo. 7 — Bibliografia Consultada.

1 — O Pensamento Iluminista

Filosofia e movimento cultural

O Iluminismo que é tanto uma filosofia quanto um movimento cultural, tem suas origens na Inglaterra, de onde se expande para França, Alemanha e demais países europeus, dentro de limites cronológicos fixados por convenção entre a revolução inglesa de 1688 e a revolução francesa de 1789.

Do ponto de vista filosófico, esse é um período do pensamento iluminista, que aspira à emancipação do homem e de toda a humanidade por meio das luzes da razão. A ruptura que então se estabelece com a tradição metafísica não tem precedente. (Temática Barsa, 2005)

Idealismo Alemão (Algumas Notas)

1 — Idealismo Alemão. 2 — A Filosofia Alemã depois de Kant. 3 — O Idealismo Absoluto: Hegel. Bibliografia Consultada.

1 — Idealismo Alemão

Idealismo

O idealismo é uma atitude de espírito aberta a um ideal. Idealista é aquele que crê no poder das ideias e na nobreza dos sentimentos, para reformar o homem e a sociedade. Neste sentido, o idealista se opõe tanto ao materialista quanto ao egoísta.

Designa de maneira geral a tendência filosófica que reconduz qualquer existência ao pensamento — seja na realidade, seja no conhecimento. Aplica-se a partir de então a doutrinas bem diferentes.

Em Platão, a existência separada atribuída às ideias com relação ao mundo material é igualmente denominada de "realismo platônico".

Filosofia Medieval (Algumas Notas)

1 — O Pensamento Medieval. 2 — A Escolástica. 3 — Bibliografia Consultada. 

1 — O Pensamento Medieval

Desde a dissolução do Império Romano, no século V, até a época do renascimento, que tem início no século XV, decorre a "Idade Média" da história ocidental, considerada uma obscura e prolongada etapa de transição em que o pensamento se teria extraviado perdido num fundo de primitivismo. Só o esforço da igreja teria mantido intacto o fio de continuidade com o passado. Hoje, sem se pôr em dúvida a barbárie dos primeiros séculos medievais, valoriza-se a Idade Média como uma época autônoma e original em que se reinterpretou o legado do pensamento antigo a se forjarem respostas para a relação do homem com Deus e com o Universo que a razão técnico-científica ainda não tinha conseguido encontrar.

Filosofia Clássica e Helenismo (Algumas Notas)

1 — Os Sofistas. 2 — Sócrates. 3 —Platão. 4 — Aristóteles. 5 — Pensamento Helenístico. 6 — O Pensamento Trágico. 7 — A Ciência no Mundo Clássico. 8 — Bibliografia Consultada.

1 — Os Sofistas

O triunfo da democracia em Atenas (século V a.C.), seu esplendor econômico e cultural, juntamente com sua preponderância política na Grécia, provocaram uma situação inédita que levantou novos problemas e orientou para outros rumos a especulação filosófica: do problema da physis ao problema antropológico. Problemas práticos - política, moral, religião, educação, linguagem etc. - ocuparam os novos personagens da época, os sofistas. Sua atitude relativista em política, em moral, chegando mesmo a questionar a possibilidade de um conhecimento verdadeiro e comum - era expressão do espírito da época. A democracia supõe conceder valor à opinião e, portanto, à diversidade de pontos de vista, o que é incompatível com a defesa de uma verdade absoluta. 

O movimento sofista

Dá-se o nome de sofistas a um conjunto de pensadores gregos que florescem na segunda metade do século V a.C. e que têm em comum, ao menos, os fatos de terem sido os primeiros educadores profissionais (organizavam cursos completos e cobravam grandes quantias para ensinar) e de que entre seus ensinamentos a retórica e um conjunto de disciplinas humanísticas (política, moral etc.) ocupavam lugar de destaque. O advento da democracia trouxe consigo uma mudança notável na natureza da liderança: a linhagem já não era suficiente, e a liderança política passava pela aceitação popular. Numa sociedade onde a assembleia do povo tomava as decisões e onde a aspiração máxima era a vitória, um político precisava dominar a arte de convencer, a arte de persuadir as massas de que a sua era a melhor proposta. Precisava, além disso, ter certas ideias a respeito da lei, a respeito do justo e do conveniente, e também a respeito do Estado. Eram esses os ensinamentos que os sofistas proporcionavam.

Conhecimento (Algumas Notas)

1 — Em que Consiste o Conhecimento. 2 — Processos do Conhecimento.  3 — Origem e Limites do Conhecimento. 4 — Certeza e Verdade. 5 — Estrutura Lógica do Conhecimento. 6 — O Raciocínio e suas Variantes. 7 — Conhecimento Científico. 8 — Bibliografia Consultada.

1 — Em que Consiste o Conhecimento

O ser humano tem necessidade de conhecer. Há uma exigência "física" de conhecimento, derivada do fato de viver: é preciso conhecer a realidade, para se orientar, decidir e agir. Mas existe também no ser humano uma exigência que já não é meramente de sobrevivência, e que podemos qualificar de "exigência de verdade". Segundo Aristóteles, "todos os homens, por natureza, desejam saber". Essa é sua dimensão teórica (teoria quer dizer "contemplação"), que o leva não apenas a conhecer, mas também a refletir sobre o próprio conhecimento: sua origem, seus limites ou os critérios sobre nossas certezas. A parte da filosofia que aborda o problema do conhecimento recebeu ao longo da história diferentes nomes: teoria do conhecimento, gnosiologia, epistemologia etc.

A teoria do conhecimento é dividida em duas partes: uma que trata do conhecimento em geral e outra que trata do conhecimento científico em particular.

O Advento do Cristianismo (Algumas Notas)

1 — O Cristianismo e a Concepção Grega do Mundo. 2 — Gnosticismo e Neoplatonismo. 3 — A Patrística. 4 — A Mentalidade Romana: O Direito e o Ecletismo. 5 — Santo Agostinho. 6 — Bibliografia Consultada.

1 — O Cristianismo e a Concepção Grega do Mundo

A civilização ocidental é o resultado de uma dupla herança constituída, por um lado, pelo pensamento grego e, por outro, pelo cristianismo. É importante compreender a dimensão que o advento do cristianismo assumiu, perceber que nosso pensamento não seria o mesmo sem essa herança, e que a civilização europeia se debateu e ainda se debate nos limites estabelecidos por essa religião — mesmo quando, já na modernidade, o tema da morte de Deus se tornou recorrente.

A relação do cristianismo com a cultura grega clássica inclui várias facetas: desde a oposição, devido à sua natureza diferente — uma verdade revelada perante uma verdade racional —, até sua aliança diante da necessidade de repensar a realidade no contexto do pensamento cristão, sem esquecer as diferenças nunca superadas em sua concepção de mundo ou da divindade.

Ação (Algumas Notas)

1 — A Ação. 2 — A Ação Moral. 3 — A Liberdade. 4 — Sobre a Probabilidade de Critérios Morais Universais. 5 — Ética. 6 — Trabalho e Tecnologia. 7 — Bibliografia Consultada.

1 — A Ação

O ser humano não tem apenas uma dimensão contemplativa, por meio da qual busca o conhecimento teórico do Universo e da própria sociedade. Tem também uma dimensão prática que o leva a agir no mundo, a realizar diversos tipos de ações.

Ação é a maneira específica da atividade humana, resultado de sua condição de ser livre — e nisso é diferente dos demais seres vivos, que nascem programados por sua herança genética. O animal responde ao seu mundo de acordo com esse programa genético; o ser humano age, e dessa maneira transforma o seu mundo, mas sobretudo o cria e inventa. (Temática Barsa, 2005)

30 outubro 2025

Começo da Filosofia

Saber é saborear 

A palavra grega que designa o “sábio” prende-se etimologicamente a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphos, o homem do gosto mais apurado, um apurado degustar e escolher, um significativo discernimento constitui, pois, segundo a consciência do povo, a arte própria do filósofo. (Friedrich Nietzsche, A Filosofia na Época Trágica dos Gregos)

Tal comida ou bebida sabe a um determinado gosto. Saborear significa distinguir de outras coisas, separando-as para analisá-la. Ao analisar, decompomos em seus elementos, caracterizando-os, classificando-os, determinando-os, diferenciando uns dos outros, discernindo-os. A frase “saber é saborear” conecta-se ao início da filosofia porque expressa o mesmo impulso que a originou: o amor, o prazer e o encanto pelo conhecimento.

No princípio, era (= é) o espanto

O espanto, é, como pathos, a arkhé da filosofia. Devemos compreender, em seu pleno sentido, a palavra grega arkhé. Designa aquilo de onde algo surge. Mas este “de onde” não é deixado para trás no surgir; antes, a arkhé torna-se aquilo que é expresso pelo verbo arkhein, o que impera. O pathos do espanto não está simplesmente no começo da filosofia, como por exemplo, o lavar das mãos precede a operação do cirurgião. O espanto carrega a filosofia e impera em seu interior. (Martin Heidegger. Que é Isto – a Filosofia?)

A expressão “no princípio era o espanto” remete à ideia de que a filosofia nasce da admiração diante do mundo. Os primeiros pensadores gregos começaram a filosofar porque se maravilhavam e se intrigavam com o que viam — o céu, a natureza, a vida, o ser humano. O espanto é a origem da filosofia, porque só quem se admira e se surpreende começa a pensar e a buscar o saber. Além do mais, o espanto ao mesmo tempo dá origem ao filosofar e nele permanece, continuando a determiná-lo ele perpassa qualquer passo da filosofia, diz Heidegger.

Fonte de Consulta

GOTO, Roberto. Começo da Filosofia. Campinas, SP: Editora Átomo, 2000

17 outubro 2025

Filosofia e Antifilosofia (Notas de Livro)

Título: Filosofia e Antifilosofia

Autor: Michele Federico Sciacca

Tradução: Valdemar A. Munaro

SCIACCA, Michele Federico. Filosofia e Antifilosofia. Tradução de Valdemar A. Munaro. São Paulo: Realizações Editora, 2011.

Premissa

A "Cátedra" tem uma norma, embora não seja rígida: desenvolver criticamente e do ponto de vista especulativo um problema de viva atualidade a fim de propô-lo, uma vez mais, endereçado a uma perspectiva de aprofundamento e de solução sempre aberta, à luz do pensamento rosminiano e da filosofia clássica, pessoalmente repensados sem dogmatismos e sem apologias.

Hoje, eles formam um exército em marcha que vai semeando o "terror ideológico": "não se pode mais fazer filosofia", dizem, e menos ainda metafísica. Desse exército, as armas são a conspiração do silêncio, o desprezo e os tribunais, e também a violência cultural. Sobretudo o terror.

16 outubro 2025

O Saber dos Antigos: Terapia para os Tempos Atuais (Notas de Livro)

Título: O Saber dos Antigos - Terapia para os Tempos Atuais

Autor: Giovanni Reale

REALE, Giovanni. O Saber dos Antigos - Terapia para os Tempos Atuais. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

Prefácio

Depois de citar as obras 1984, de Orwell, O Mundo Novo, de Huxley e O Declínio do Homem, de Konrad Lorenz — cada qual com sua maneira de ver a perda da liberdade humana — chega aos Fragmentos Póstumos, de Nietzsche, cujo tema central é o niilismo, ou seja, a morte de Deus, conceito este que norteia o livro.

O objetivo de Giovanni Reale é indicar as razões para uma volta consciente às raízes de nossa cultura, a fim de recuperar o alimento que elas podem fornecer, no sentido de ajudar o homem moderno a recobrar as suas forças espirituais.

Bíblia: Uma Breve Introdução (Notas de Livro)

Título: Bíblia: Uma Breve Introdução

Autor: John Riches

Tradução: Denise Bottmann

RICHES, John. Bíblia: Uma Breve Introdução. Tradução de Denise Bottmann. Porto Alegre, RS: L&PM, 2016. (Coleção L&PM POCKET; v. 1203)

Capítulo 1 — A Bíblia no Mundo Moderno: Texto Clássico ou Texto Sagrado?

Diz-se que a Bíblia é o livro com a maior quantidade de exemplares não lidos no mundo. Isso oculta um fato mais significativo: a Bíblia ainda é um dos livros mais importantes e mais lidos do mundo.

Questão: Por que essa antiga coletânea de textos continua a exercer tanto poder na vida das pessoas em nosso mundo moderno, pós-colonial e pós-industrial?

Sobre o que nos Perguntam os Grandes Filósofos - Vol. 1 (Notas de Livro)

Título: Sobre o que nos Perguntam os Grandes Filósofos

Autor: Leszek Kolakowski

Tradução: Tomasz Lychowski

KOLAKOWSKI, Leszek. Sobre o que nos Perguntam os Grandes Filósofos vol.1. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009

O autor pretende extrair de cada filósofo uma espécie de pilar, no sentido de despertar algo em nossa mente, que não seja apenas uma informação histórica.

Sócrates (469-399 a.C.)

Eis a pergunta que resulta de um culto à Razão: Sócrates afirma que é impossível que façamos intencionalmente algo que saibamos ser mau; se o fazemos, isso resulta de nosso não saber, quando sabemos o que é bom, fazemos o bem.

Refletir: para Sócrates, o mal que fazemos tem como origem a nossa ignorância; que a nossa pobre Razão é incapaz de distinguir o mal do bem.

11 outubro 2025

Mantra

Mantra — do sânscrito man ou manas (mente) e tra (instrumento ou ferramenta) —, significa literalmente “instrumento da mente” ou “ferramenta para direcionar o pensamento”. Um mantra é uma repetição focalizada de sílabas, palavras ou frases que ajudam a concentrar a mente e o corpo, favorecendo processos de transformação interior. Sua prática combina som, ritmo e intenção, permitindo que o indivíduo encontre um estado de serenidade e clareza mental.

A origem dos mantras remonta à Índia, por volta de 1500 a.C., especialmente aos Vedas, os textos sagrados mais antigos do hinduísmo. Para os védicos, o mantra era uma fórmula sagrada composta de sons e sílabas com o poder de invocar, proteger ou transformar a consciência. Esses sons eram considerados vibrações espiritualmente eficazes, utilizadas em rituais, meditação e devoção. Um mantra amplamente reconhecido é o som primordial Om, que, segundo os Upanixades, representa toda a criação e a unidade de todas as coisas do universo.

Fora das tradições religiosas, passou a designar qualquer frase repetida com frequência que contenha uma verdade essencial ou um princípio orientador. Exemplos disso são expressões como “um dia de cada vez” ou “fazer o bem sem ostentação”. O psicólogo e farmacêutico francês Émile Coué (1857–1926) adotou esse princípio em sua famosa fórmula: “Todos os dias, de todas as maneiras, estou cada vez melhor” (Tous les jours, à tous points de vue, je vais de mieux en mieux), posteriormente adaptada no Brasil para “Todos os dias, sob todos os aspectos, eu vou cada vez melhor”.

Coué foi o criador do método da autosugestão consciente, uma forma de reprogramação mental baseada na repetição positiva. Ele acreditava que a imaginação e a crença influenciam diretamente o comportamento e a saúde. Por isso, recomendava repetir sua frase preferida duas vezes por dia, vinte vezes seguidas, com calma e convicção, para reeducar o inconsciente. 

A neurociência contemporânea entende o mantra como uma forma de repetição sonora e rítmica que ajuda a focar a atenção, reduzir a dispersão mental e induzir estados de calma. Estudos indicam que essa prática diminui a atividade do córtex pré-frontal — área associada à preocupação e ao pensamento analítico —, enquanto ativa o sistema límbico, ligado às emoções, e regula o sistema nervoso autônomo. 

Com relação ao sistema nervoso, temos: 1) benefícios fisiológicos: redução da frequência cardíaca, da pressão arterial e o relaxamento muscular; 2) benefícios psicológicos: diminuição da ansiedade, o aumento da clareza mental, o foco e a sensação de bem-estar. 

Em síntese, repetir um mantra acalma o cérebro, regula a respiração e harmoniza corpo e mente. 

Fonte de Consulta

ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.

ChatGPT (inclusive com sua ajuda para melhorar o texto final).

07 outubro 2025

1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar (Notas de Livro)

Título1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar

Autor: Robert Arp

ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.

A

Adão Cromossomial — Y (2000) [Peter Underhill]

A identificação de nosso ancestral masculino comum mais recente 

"Somos todos africanos no nível do cromossomo Y e somos realmente todos irmãos." (Peter Underhill)

O cromossomo Y humano não se recombina com o cromossomo X, mas é transferido intacto de pai para filho. Com o tempo pode sofrer mutações, que podem ser usadas para identificar a descendência patrilinear. Isso deu ao biólogo molecular Peter Underhill, da Universidade Stanford, a base para um programa de pesquisa que em 2000 revelou que  o ancestral comum mais antigo do qual descendem todos os homens atuais viveu em torno de 59 mil anos atrás. 

Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos (Notas de Livro)

TítuloEnciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos

Autor: João Branquinho

BRANQUINHO, João, MURCHO, Desidério e GOMES, Nelson Gonçalves. Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Ambiguidade

Do latim ambiguitas, duplo sentido. Duplo sentido de uma palavra ou de uma expressão. Não deixar claro o sentido de uma palavra ou de uma frase que podem ser interpretadas pelo menos de duas maneiras diferentes.

Uma expressão é ambígua, quando se encontra associada a mais de um significado. A ambiguidade é, por conseguinte, o tipo de relação entre forma e significado recíproca da relação de SINONÍMIA.

Os seguintes exemplos ilustram diferentes tipos de ambiguidade respectivamente, ambiguidade lexical, estrutural e de âmbito. 1) “O Pedro escolheu o canto”; 2) “O Pedro viu a Maria com os binóculos”; 3) “Todas as pessoas são amadas por alguém.

100 Cientistas que Mudaram a História do Mundo (Notas de Livro)

Título100 Cientistas que Mudaram a História do Mundo

Autor: John Hudson Tiner

Tradução de Marise Chinetti de Barros

Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. 

Introdução

A ciência é um processo de aquisição de conhecimentos que envolve o mundo físico. Antes que a ciência possa florescer, uma sociedade deve estar suficientemente bem constituída, proporcionando independência financeira a seus indivíduos para que eles possam observar, experimentar e pensar. Além da independência financeira, a ciência necessita de liberdade. 

06 outubro 2025

A Arte de Pensar Claramente: Como evitar as armadilhas do pensamento... (Notas de Livro)

Título: A Arte de Pensar Claramente: Como Evitar as Armadilhas do Pensamento e Tomar Decisões de Forma mais Eficaz

Autor: Rolf Dobelli

Tradução Karina Janini, Flávia Assis.

Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.  

Introdução

Tudo começou em uma noite de outono, em 2004. A convite do editor Hubert Burda, viajei a Munique para participar do chamado “intercâmbio voluntário com intelectuais”. 

À mesa estava sentado Nassim Nicholas Taleb, que em outros tempos fora um obscuro investidor de Wall Street com inclinação para filosofia. 

Conversamos sobre o fato de que, quando considerados retroativamente, acontecimentos improváveis parecem muito mais prováveis

Posteriormente, ele me enviou páginas manuscritas, que comentei, critiquei em parte, e que foram inseridas no best-seller internacional A lógica do cisne negro.  O livro catapultou Taleb à liga mundial das estrelas da intelectualidade.

12 Regras para a Vida: Um Antídoto para o Caos (Notas de Livro)

Título12 Regras para a Vida: Um Antídoto para o Caos

Autor: Jordan B. Peterson 

Editora Alta Books, 2018

Prefácio

“Tenho boas... e más notícias”, brada o legislador para eles. “Quais vocês querem primeiro?”

“As boas notícias!”, respondem os hedonistas.

“Consegui convencê-Lo a reduzir de 15 para 10 Mandamentos!” “Aleluia!”, exclama a multidão desenfreada. “E as más?” “Adultério ainda está na lista.”

Mas a história do bezerro de ouro nos lembra de que sem regras rapidamente nos tornamos escravos das nossas paixões — e não há nada de libertador nisso. 

As melhores regras, basicamente, não nos restringem; pelo contrário, facilitam nossos objetivos e nos ajudam a ter uma vida mais plena e livre. 

Lições de Estoicismo (Notas de Livro)

Título: Lições de Estoicismo: O que os filósofos antigos têm a ensinar sobre a vida

Autor: John Sellars

Rio de Janeiro: Sextante, 2023.

Prólogo

E se alguém lhe dissesse que grande parte do sofrimento em sua vida se deve simplesmente à sua forma de encarar as situações? E se você descobrisse que a capacidade de evitar todas essas coisas está totalmente sob seu controle?

Sêneca é conhecido por seu papel como tutor do imperador Nero, Epicteto foi um escravizado que conquistou a liberdade e acabou por criar uma escola filosófica e Marco Aurélio foi imperador de Roma.