17 outubro 2025

Filosofia e Antifilosofia (Notas de Livro)

Título: Filosofia e Antifilosofia

Autor: Michele Federico Sciacca

Tradução: Valdemar A. Munaro

SCIACCA, Michele Federico. Filosofia e Antifilosofia. Tradução de Valdemar A. Munaro. São Paulo: Realizações Editora, 2011.

Premissa

A "Cátedra" tem uma norma, embora não seja rígida: desenvolver criticamente e do ponto de vista especulativo um problema de viva atualidade a fim de propô-lo, uma vez mais, endereçado a uma perspectiva de aprofundamento e de solução sempre aberta, à luz do pensamento rosminiano e da filosofia clássica, pessoalmente repensados sem dogmatismos e sem apologias.

Hoje, eles formam um exército em marcha que vai semeando o "terror ideológico": "não se pode mais fazer filosofia", dizem, e menos ainda metafísica. Desse exército, as armas são a conspiração do silêncio, o desprezo e os tribunais, e também a violência cultural. Sobretudo o terror.

16 outubro 2025

O Saber dos Antigos: Terapia para os Tempos Atuais (Notas de Livro)

Título: O Saber dos Antigos - Terapia para os Tempos Atuais

Autor: Giovanni Reale

REALE, Giovanni. O Saber dos Antigos - Terapia para os Tempos Atuais. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

Prefácio

Depois de citar as obras 1984, de Orwell, O Mundo Novo, de Huxley e O Declínio do Homem, de Konrad Lorenz — cada qual com sua maneira de ver a perda da liberdade humana — chega aos Fragmentos Póstumos, de Nietzsche, cujo tema central é o niilismo, ou seja, a morte de Deus, conceito este que norteia o livro.

O objetivo de Giovanni Reale é indicar as razões para uma volta consciente às raízes de nossa cultura, a fim de recuperar o alimento que elas podem fornecer, no sentido de ajudar o homem moderno a recobrar as suas forças espirituais.

Bíblia: Uma Breve Introdução (Notas de Livro)

Título: Bíblia: Uma Breve Introdução

Autor: John Riches

Tradução: Denise Bottmann

RICHES, John. Bíblia: Uma Breve Introdução. Tradução de Denise Bottmann. Porto Alegre, RS: L&PM, 2016. (Coleção L&PM POCKET; v. 1203)

Capítulo 1 — A Bíblia no Mundo Moderno: Texto Clássico ou Texto Sagrado?

Diz-se que a Bíblia é o livro com a maior quantidade de exemplares não lidos no mundo. Isso oculta um fato mais significativo: a Bíblia ainda é um dos livros mais importantes e mais lidos do mundo.

Questão: Por que essa antiga coletânea de textos continua a exercer tanto poder na vida das pessoas em nosso mundo moderno, pós-colonial e pós-industrial?

Sobre o que nos Perguntam os Grandes Filósofos - Vol. 1 (Notas de Livro)

Título: Sobre o que nos Perguntam os Grandes Filósofos

Autor: Leszek Kolakowski

Tradução: Tomasz Lychowski

KOLAKOWSKI, Leszek. Sobre o que nos Perguntam os Grandes Filósofos vol.1. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009

O autor pretende extrair de cada filósofo uma espécie de pilar, no sentido de despertar algo em nossa mente, que não seja apenas uma informação histórica.

Sócrates (469-399 a.C.)

Eis a pergunta que resulta de um culto à Razão: Sócrates afirma que é impossível que façamos intencionalmente algo que saibamos ser mau; se o fazemos, isso resulta de nosso não saber, quando sabemos o que é bom, fazemos o bem.

Refletir: para Sócrates, o mal que fazemos tem como origem a nossa ignorância; que a nossa pobre Razão é incapaz de distinguir o mal do bem.

11 outubro 2025

Mantra

Mantra — do sânscrito man ou manas (mente) e tra (instrumento ou ferramenta) —, significa literalmente “instrumento da mente” ou “ferramenta para direcionar o pensamento”. Um mantra é uma repetição focalizada de sílabas, palavras ou frases que ajudam a concentrar a mente e o corpo, favorecendo processos de transformação interior. Sua prática combina som, ritmo e intenção, permitindo que o indivíduo encontre um estado de serenidade e clareza mental.

A origem dos mantras remonta à Índia, por volta de 1500 a.C., especialmente aos Vedas, os textos sagrados mais antigos do hinduísmo. Para os védicos, o mantra era uma fórmula sagrada composta de sons e sílabas com o poder de invocar, proteger ou transformar a consciência. Esses sons eram considerados vibrações espiritualmente eficazes, utilizadas em rituais, meditação e devoção. Um mantra amplamente reconhecido é o som primordial Om, que, segundo os Upanixades, representa toda a criação e a unidade de todas as coisas do universo.

Fora das tradições religiosas, passou a designar qualquer frase repetida com frequência que contenha uma verdade essencial ou um princípio orientador. Exemplos disso são expressões como “um dia de cada vez” ou “fazer o bem sem ostentação”. O psicólogo e farmacêutico francês Émile Coué (1857–1926) adotou esse princípio em sua famosa fórmula: “Todos os dias, de todas as maneiras, estou cada vez melhor” (Tous les jours, à tous points de vue, je vais de mieux en mieux), posteriormente adaptada no Brasil para “Todos os dias, sob todos os aspectos, eu vou cada vez melhor”.

Coué foi o criador do método da autosugestão consciente, uma forma de reprogramação mental baseada na repetição positiva. Ele acreditava que a imaginação e a crença influenciam diretamente o comportamento e a saúde. Por isso, recomendava repetir sua frase preferida duas vezes por dia, vinte vezes seguidas, com calma e convicção, para reeducar o inconsciente. 

A neurociência contemporânea entende o mantra como uma forma de repetição sonora e rítmica que ajuda a focar a atenção, reduzir a dispersão mental e induzir estados de calma. Estudos indicam que essa prática diminui a atividade do córtex pré-frontal — área associada à preocupação e ao pensamento analítico —, enquanto ativa o sistema límbico, ligado às emoções, e regula o sistema nervoso autônomo. 

Com relação ao sistema nervoso, temos: 1) benefícios fisiológicos: redução da frequência cardíaca, da pressão arterial e o relaxamento muscular; 2) benefícios psicológicos: diminuição da ansiedade, o aumento da clareza mental, o foco e a sensação de bem-estar. 

Em síntese, repetir um mantra acalma o cérebro, regula a respiração e harmoniza corpo e mente. 

Fonte de Consulta

ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.

ChatGPT (inclusive com sua ajuda para melhorar o texto final).

07 outubro 2025

1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar (Notas de Livro)

Título1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar

Autor: Robert Arp

ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.

A

Adão Cromossomial — Y (2000) [Peter Underhill]

A identificação de nosso ancestral masculino comum mais recente 

"Somos todos africanos no nível do cromossomo Y e somos realmente todos irmãos." (Peter Underhill)

O cromossomo Y humano não se recombina com o cromossomo X, mas é transferido intacto de pai para filho. Com o tempo pode sofrer mutações, que podem ser usadas para identificar a descendência patrilinear. Isso deu ao biólogo molecular Peter Underhill, da Universidade Stanford, a base para um programa de pesquisa que em 2000 revelou que  o ancestral comum mais antigo do qual descendem todos os homens atuais viveu em torno de 59 mil anos atrás. 

Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos (Notas de Livro)

TítuloEnciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos

Autor: João Branquinho

BRANQUINHO, João, MURCHO, Desidério e GOMES, Nelson Gonçalves. Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Ambiguidade

Do latim ambiguitas, duplo sentido. Duplo sentido de uma palavra ou de uma expressão. Não deixar claro o sentido de uma palavra ou de uma frase que podem ser interpretadas pelo menos de duas maneiras diferentes.

Uma expressão é ambígua, quando se encontra associada a mais de um significado. A ambiguidade é, por conseguinte, o tipo de relação entre forma e significado recíproca da relação de SINONÍMIA.

Os seguintes exemplos ilustram diferentes tipos de ambiguidade respectivamente, ambiguidade lexical, estrutural e de âmbito. 1) “O Pedro escolheu o canto”; 2) “O Pedro viu a Maria com os binóculos”; 3) “Todas as pessoas são amadas por alguém.

100 Cientistas que Mudaram a História do Mundo (Notas de Livro)

Título100 Cientistas que Mudaram a História do Mundo

Autor: John Hudson Tiner

Tradução de Marise Chinetti de Barros

Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. 

Introdução

A ciência é um processo de aquisição de conhecimentos que envolve o mundo físico. Antes que a ciência possa florescer, uma sociedade deve estar suficientemente bem constituída, proporcionando independência financeira a seus indivíduos para que eles possam observar, experimentar e pensar. Além da independência financeira, a ciência necessita de liberdade. 

06 outubro 2025

A Arte de Pensar Claramente: Como evitar as armadilhas do pensamento... (Notas de Livro)

Título: A Arte de Pensar Claramente: Como Evitar as Armadilhas do Pensamento e Tomar Decisões de Forma mais Eficaz

Autor: Rolf Dobelli

Tradução Karina Janini, Flávia Assis.

Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.  

Introdução

Tudo começou em uma noite de outono, em 2004. A convite do editor Hubert Burda, viajei a Munique para participar do chamado “intercâmbio voluntário com intelectuais”. 

À mesa estava sentado Nassim Nicholas Taleb, que em outros tempos fora um obscuro investidor de Wall Street com inclinação para filosofia. 

Conversamos sobre o fato de que, quando considerados retroativamente, acontecimentos improváveis parecem muito mais prováveis

Posteriormente, ele me enviou páginas manuscritas, que comentei, critiquei em parte, e que foram inseridas no best-seller internacional A lógica do cisne negro.  O livro catapultou Taleb à liga mundial das estrelas da intelectualidade.

12 Regras para a Vida: Um Antídoto para o Caos (Notas de Livro)

Título12 Regras para a Vida: Um Antídoto para o Caos

Autor: Jordan B. Peterson 

Editora Alta Books, 2018

Prefácio

“Tenho boas... e más notícias”, brada o legislador para eles. “Quais vocês querem primeiro?”

“As boas notícias!”, respondem os hedonistas.

“Consegui convencê-Lo a reduzir de 15 para 10 Mandamentos!” “Aleluia!”, exclama a multidão desenfreada. “E as más?” “Adultério ainda está na lista.”

Mas a história do bezerro de ouro nos lembra de que sem regras rapidamente nos tornamos escravos das nossas paixões — e não há nada de libertador nisso. 

As melhores regras, basicamente, não nos restringem; pelo contrário, facilitam nossos objetivos e nos ajudam a ter uma vida mais plena e livre. 

Lições de Estoicismo (Notas de Livro)

Título: Lições de Estoicismo: O que os filósofos antigos têm a ensinar sobre a vida

Autor: John Sellars

Rio de Janeiro: Sextante, 2023.

Prólogo

E se alguém lhe dissesse que grande parte do sofrimento em sua vida se deve simplesmente à sua forma de encarar as situações? E se você descobrisse que a capacidade de evitar todas essas coisas está totalmente sob seu controle?

Sêneca é conhecido por seu papel como tutor do imperador Nero, Epicteto foi um escravizado que conquistou a liberdade e acabou por criar uma escola filosófica e Marco Aurélio foi imperador de Roma.  

Convite a Platão (Notas de Livro)

Título: Convite a Platão

Autor: Giovanni Reale

Tradução de Maurício Pagotto Marsola

São Paulo: Edições Loyola, 2022 

Introdução — Uma Filosofia Magistral

Roberto Radice

Nesta introdução, Roberto Radice relata o peso negativo que é feito pelos circuitos normais da comunidade acadêmica, e certo isolamento nesse âmbito sobre o autor. 

A abordagem a seu respeito se dava em razão do fato de suas obras serem "fáceis de se ler".

O Estoicismo (Notas de Livro)

TítuloO Estoicismo

Autor: George Stock

Tradução de Edson Bini

São Paulo: Edipro, 2022.

Apresentação

A impressão que se tem é que George Stock se empenhou em escrever algo isento de um jargão acadêmico que somente beneficiaria estudantes de faculdades de filosofia e seus pares. 

Apesar de ser um confessado peripatético, o que o leva a instaurar uma postura inicialmente crítica face ao estoicismo, ele efetivamente reconhece e faz justiça ao importante legado deixado pela escola estoica.

Heráclito e seu (Dis)curso (Notas de Livro)

TítuloHeráclito e seu (Dis)curso

Autor: Donaldo Schüler

Porto Alegre: L&PM, 2000.

Aforismos e constelações

Não apagamos as marcas do lugar em que estamos. Nossa situação no tempo e no espaço faz a diferença. Ao definir conferimos. A diferença faz-nos falar.

Capítulo 1 — O Discurso no Discursos

O apego indevido a discursos retarda o acesso ao Discurso. Há discursos que prendem, fecham a passagem a outros discursos. O pensador afronta as couraças para surpreender o que elas encobrem. 

05 outubro 2025

Simplifique (Notas de Livro)

TítuloSimplifique: 7 princípios para descomplicar e organizar sua vida. 

AutorJoshua Becker

Tradução de Igor Barbosa. Rio de Janeiro: Agir, 2024.

Nossa história comum

“Qualquer materialista razoavelmente consciente sabe muito bem: aquilo que você possui também te possui.” Tom Robbins

Conversando com a vizinha, num dia de limpeza, ouviu dela a seguinte frase: “É por isso que minha filha é minimalista. Ela vive dizendo que eu não preciso de tantas coisas!”

Minimalismo é um estilo de vida simples, focado em possuir apenas o essencial para a vida e eliminar os excessos.

30 setembro 2025

Atlas Básico de Filosofia (Livro)

Título: Atlas Básico de Filosofia

Autor: Hector Leguizamón

Tradução:  Ciro Mioranza

Editora: Escala Educacional, São Paulo, 2007

Conteúdo: Origens da Filosofia — Sócrates — Consciência — Percepção — Memória — Desejo — Paixões — Existência — Morte — Natureza — Cultura — Linguagem — Imaginação — Ilusão — Religião — Vida — Teoria e Experiência — Lógica e Matemática — Razão — Irracional — Sentido — Verdade — Ciência — Técnica — Biologia — História — Ciências Humanas — Trabalho — Economia — Sociedade — Estado — Poder — Violência — Direito — Justiça — Outro — Arte — Responsabilidade — Vontade — Liberdade — Felicidade — Pessoa —  Apêndice: Escolas Filosóficas e Pensadores.

28 setembro 2025

Poder

Quando pensamos no poder, quase sempre nos vem à mente a ideia de poder político ou econômico. É comum entendermos o poder como aquilo que controla a sociedade, algo semelhante ao controle ou à autoridade. No entanto, é mais adequado considerar que o poder está ligado ao que é possível realizar. Visto desse modo, todos nós possuímos algum poder.

O poder do ser humano se manifesta em sua capacidade de agir sobre o mundo. Ele não se limita apenas à ação sobre os outros, mas também sobre as coisas ao seu redor. Nos pequenos atos diários, sempre que temos liberdade de escolha, revelamos formas diversas de poder. Não é o mesmo o poder de um estudante, de uma mãe, de um cientista, de um atleta ou de um artista. Em todos os casos, há uma afirmação de si mesmo ou a expressão da vontade de um grupo.

A razão constitui outro tipo de poder fundamental. É ela que nos permite descobrir a ordem presente na natureza e, ao mesmo tempo, projetar o futuro. Graças à razão, o ser humano é capaz de tomar decisões que conduzem à realização de seus sonhos e que o libertam do simples instinto. Trata-se, portanto, de um poder que amplia nossas possibilidades e nos ajuda a controlar melhor a própria vida.

Entretanto, em uma sociedade organizada por regras, o poder também pode se manifestar como dominação. Nem sempre ele é exercido de maneira justa ou legítima. Muitas vezes, recorre-se à imposição, à violência ou ao abuso de autoridade para alcançar determinados objetivos. Exemplos disso são o chefe que ameaça os trabalhadores, o professor que abusa de sua posição ou o funcionário que nega atendimento por capricho. São formas de usar o poder de maneira arbitrária, reforçando desigualdades e injustiças.

Existe ainda o poder da resistência, chamado contrapoder. Esse não depende de nossa força física ou de nossa posição social, mas da capacidade de limitar ou questionar o poder dos outros. O contrapoder é a presença que não pode ser ignorada, a força que lembra que nem tudo é permitido. Por fim, há o poder legítimo, aquele que se exerce para o bem comum, que aceita ser limitado e que leva em conta os interesses da coletividade. Uma decisão só é justa quando considera os outros, pois o verdadeiro poder é aquele que promove equilíbrio, justiça e responsabilidade social.

Fonte de Consulta

Atlas Básico de Filosofia. Textos de Hector Leguizamón. Tradução de Ciro Mioranza. São Paulo: Escala Educacional, 2007. 


  

27 setembro 2025

Lógica e Matemática

As matemáticas são um instrumento essencial para compreender a natureza. Sua relação com o mundo real e com a razão humana ainda é um mistério.

Muitos pensam que as matemáticas e a lógica têm basicamente a mesma origem. Porém, não são a mesma coisa. Na Grécia, Pitagóricos e Aristóteles criaram métodos dedutivos baseados em axiomas. A lógica passou a fundamentar a matemática. Serviu como instrumento para organizar raciocínios. Mostrou que o conhecimento podia ser demonstrado passo a passo. Assim, tornou-se possível fundamentar a matemática.

A palavra “matemática” vem do grego e significava “ciência do aprendizado”. Desenvolveu-se no Egito e na Babilônia e foi dividida em Aritmética, Geometria, Astronomia e Música. Os árabes transmitiram esse saber à Europa. As figuras de geometria, os números e os cálculos foram os instrumentos fundamentais do desenvolvimento das matemáticas, até que surgiram as equações.

Os princípios matemáticos não são evidentes na natureza. Cada cultura elaborou sua própria matemática Todas, porém, buscaram princípios racionais que explicam os fenômenos. A matemática expressa tanto a razão quanto a realidade mental. Ou seja, esses princípios são o fundamento da razão e expressam uma realidade que está em nossa mente.

A geometria grega mostrou o rigor da dedução. Teoremas eram derivados de axiomas e definições. No entanto, pequenas mudanças neles levam a resultados diferentes, o que limita a dedução pura. Por isso, a matemática é sempre progressiva. Um exemplo: Euclides demonstrou que a soma dos ângulos internos de um triângulo equivale a dois ângulos retos. Mas um ponto central e ao mesmo tempo problemático é a escolha dos axiomas.

A lógica aristotélica era ligada à linguagem comum, ainda muito limitada. Depois evoluiu para uma linguagem simbólica. Isso permitiu uma formalização das demonstrações e uma melhor definição dos processos. Por fim, a lógica formal chegou a influenciar até mesmo a compreensão das proposições lógicas.

Fonte de Consulta

Atlas Básico de Filosofia. Textos de Hector Leguizamón. Tradução de Ciro Mioranza. São Paulo: Escala Educacional, 2007. 


Escolas Filosóficas e Pensadores

Escola, movimento ou pensador: Pré-socráticos I / Os milesianos (séc. VII a.C.)
Representantes: Tales, Anaximandro, Anaxímenes
Ideologia ou pensamento: Originários de Mileto, na costa da Ásia Menor, confiavam em uma interpretação racional e materialista do universo. Buscavam os primeiros princípios que o constituíam. Só conservamos fragmentos das obras dos pré-socráticos.

Escola, movimento ou pensador: Pré-socráticos II (séc. V a.C.)
Representantes: Pitágoras, Parmênides, Heráclito
Ideologia ou pensamento: Refletiram sobre nossa forma de entender o mundo, a natureza e o que é o pensamento. Para Pitágoras, os números exprimem a harmonia do universo. Parmênides afirmava que “o ser é uno e é”. Heráclito afirmava que “a verdade é absoluta e mutável” e que “tudo flui” e nada permanece igual.

História da Filosofia: uma Síntese

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. Filosofia Antiga: 3.1. Pré-Socráticos; . 3.2. Período Clássico ou Grego Romano. 4. Filosofia Medieval. 5. Filosofia Moderna. 6. Filosofia Contemporânea. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é sintetizar a história da filosofia, salientando os aspectos relevantes em cada um de seus períodos: filosofia antiga, filosofia medieval, filosofia moderna e filosofia contemporânea.

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A filosofia difere da ciência, porque necessita da história. Nenhum filósofo começa do zero, mas acrescenta ao que o filósofo precedente já descobriu. Pode-se dizer que a história da filosofia é a soma das contribuições que cada filósofo deu ao quebra-cabeça que é a experiência humana. Vem um filósofo e dá uma solução, e todos aclamam como a melhor; tempo mais tarde, vem outro e dá outra solução para o mesmo problema, e assim sucede no tempo.

23 setembro 2025

Imaginação

A imaginação é a faculdade mental capaz de formar imagens, ideias e conceitos que não estão presentes na realidade imediata. Ela possibilita representar objetos, acontecimentos e relações de modo criativo e construtivo. Embora muitas vezes criticada, é fundamental para o pensamento, pois nos permite inventar mundos possíveis e descobrir novos caminhos — tanto na ciência quanto na vida cotidiana.

Imaginação e pensamento. Desde o início, a imaginação está ligada ao mundo da percepção. Ela contribui para o pensamento ao oferecer imagens inspiradas no sensível. No entanto, esse modo de pensar é mais limitado que o pensamento abstrato, pois pode conter erros: aquilo que imagino nem sempre corresponde ao que percebo na realidade. Assim, o produto da imaginação nem sempre se traduz em um pensamento coerente.

Imaginação e ciência. Quando Nicolau Copérnico ousou imaginar o mundo de outra forma, abriu caminho para novas teorias. Na ciência, a imaginação tem papel essencial: permite formular hipóteses e também conceber experiências capazes de confirmá-las ou refutá-las.

Controle da imaginação. Podemos controlar nossa imaginação? Talvez em parte. No sonho, por exemplo, sentimos uma ausência quase total de controle, e as imagens surgem sem obedecer a nenhuma ordem. Surge, então, a dúvida: a imaginação segue uma lógica própria, incontrolável como nos sonhos, ou representa um espaço de liberdade, como parece ocorrer quando sonhamos acordados?

Utopia e ideal. A utopia — o sonho de um mundo melhor — foi capaz de questionar governos e estruturas sociais ao longo da história. Reduzir a imaginação apenas a uma via de acesso ao irreal é esquecer que ela também pode revelar um ideal e inspirar transformações.

Imaginação e mito. No pensamento mítico, a força da imaginação é evidente. Os mitos nos recordam que, antes de aprender a raciocinar, os seres humanos já sonhavam. E mesmo depois de aprender a pensar, continuamos a sonhar. As construções imaginárias fazem parte de toda cultura e ajudam a defini-la tanto quanto suas realizações concretas.

Fonte de Consulta

Atlas Básico de Filosofia. Textos de Hector Leguizamón. Tradução de Ciro Mioranza. São Paulo: Escala Educacional, 2007. [Texto melhorado pelo ChatGPT] 

 

21 setembro 2025

Ortodoxia (Resumo de Livro)

O livro Ortodoxia, de Gilbert K. Chesterton, é uma espécie de “autobiografia intelectual”, uma reflexão pessoal. Sua proposta é explicar por que chegou à fé cristã — mais especificamente, ao cristianismo ortodoxo. Seus 9 capítulos são:   — Introdução em Defesa de Tudo o Mais — O Maníaco — O Suicídio do Pensamento — A Ética da Elfolândia — A Bandeira do Mundo — Paradoxos do Cristianismo — A Eterna Revolução — O Romance da Ortodoxia — A Autoridade e o Aventureiro.

Gilbert Keith Chesterton (1874-1936), nascido em Londres, foi escritor, poeta, crítico de arte, jornalista, teólogo... Sua vasta obra, em torno de 80 livros, abarca desde os clássicos de seu pensamento crítico e apologético como Ortodoxia e O Homem Eterno até ficções como O Homem que Foi Quinta-Feiraalém dos muitos livros de seu renomado detetive, Padre Brown.  Sua obra teve considerável influência sobre nomes que vão desde C. S. Lewis até Jorge Luís Borges.

Neste livro, ele: 

Critica tanto o ceticismo moderno quanto o racionalismo fechado. Valoriza a liberdade, e tenta explorar as perguntas fundamentais da vida.

Afirma que o cristianismo é cheio de aparentes contradições, tais como, humildade e ousadia, sofrimento e alegria. Não considera isso como um defeito, mas um sinal de vitalidade, pois evita os extremos destrutivos. 

Observa que a modernidade sofre de “doença mental”, pois perde contato com o senso comum. Acha que o niilismo e o relativismo são perigos que secam a alma.

Esclarece que a fé cristã é uma aventura intelectual e espiritual. É uma redescoberta das coisas sagradas da vida. 

Reconhece que os dogmas não aprisionam, mas permitem ao homem, com o seu livre-arbítrio, agir num espaço seguro, em vez de se perder no vazio.

Faz uma defesa da figura de Cristo, que une os contrários e dá sentido à experiência humana mais responsável. 

Em síntese, apresenta o cristianismo como a resposta mais satisfatória às inquietações humanas.