18 novembro 2022

Fases da Revolução Russa

Mário Ferreira dos Santos, no capítulo 11 — “Pode a Ditadura ser uma Escola de Liberdade?”, do livro Análise Dialética do Marxismo, mostra-nos que antes da Revolução Russa não se tinha uma ideia concreta da “ditadura revolucionária do proletariado”. Para melhor compreensão do dessa questão, elenca as fases progressivas de tal empreendimento. 

Primeira fase: entregar “todo o poder aos sovietes” é perigoso, mas o aceitamos, declaravam os anarquistas, porque os sovietes não são criação de um partido político, mas uma espontânea realização do povo russo. Mas os bolchevistas, organizados em partido, ambicionavam o poder. E, com o tempo, deu-se o que os anarquistas previram: os sovietes perderam o poder, transferindo-o para a organização burocrática do Estado, que monopolizou o mando supremo.

Segunda fase: o aniquilamento dos partidos de oposição.   

Terceira fase: todos os compromissos assumidos com os anarquistas e com os socialistas revolucionários foram postos de lado, ficando apenas os bolchevistas.

Quarta fase: a centralização crescente do poder nas mãos de um grupo de homens do partido, de uma elite. E, em pouco tempo, o partido bolchevista desapareceu. Um grupo dirigia a vontade e a consciência de todo um povo.

Quinta fase: a ascensão do ditador, já prevista pelos anarquistas. E veio. Lênin assumiu todo o poder, sua vontade reinava absoluto.

Sexta fase: o poder absoluto de um dirigente. Stálin, saindo-se vencedor, foi inexorável para com todos os que lhe fizeram frente.

Sétima fase: bonapartismo.

Os frutos da Revolução Russa não devem ser desprezados, e nos devem servir para que estudemos novamente, e com acuidade, os problemas surgidos ao movimento socialista.

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