15 novembro 2022

Análise Dialética do Marxismo

Mário Ferreira dos Santos, em seu livro Análise Dialética do Marxismo, cuja primeira edição data de 1953, expõe, em suas primeiras páginas, o plano da obra.

Como o marxismo atrai a atenção de muitos estudiosos, pretende analisá-lo com a máxima atenção de ânimo, evitando as paixões. Pela dificuldade de analisar, num único volume, os diversos aspectos filosóficos, históricos, econômicos e sociológicos que o marxismo oferece, concentrar-se-á nos aspectos gerais para uma análise decadialética. (1)

Na exposição das teses marxistas, e na análise dialética, fundar-se-á nos textos de seus principais autores, como Marx, Engels, Lênin, sobretudo, e secundariamente nos autores posteriores, que disputam entre si a validez de sua exegese.

Lembra-nos de que houve um obscurecimento da escolástica. Nesse caso, compara o escolasticismo ao escolasticismo marxista, nos seguintes termos: “Assim como o escolasticismo causou tanto mal à genuína escolástica, o escolasticismo marxista trouxe confusão entre os epígonos(2) de Marx, hoje divididos em diversas seitas, que se consideram os verdadeiros interpretes do pensamento de Marx”.

"Para que se efetue uma análise dialética do marxismo, impõe-se estabelecer, de maneira clara e com o maior rigor histórico, todos os fatores predisponentes do marxismo. Após essa análise, é imprescindível procurar os fatores emergentes, cuja atualização depende, naturalmente, das predisponências". 

Há necessidade de se fazer um estudo combinado da História, da Técnica e da Economia, a fim de facilitar a boa compreensão do clima histórico em que ele surgiu, imprescindível à boa inteligência das ideias e significado.

Destaque-se que a principal polêmica foi travada entre os dois socialismos: o autoritário e o libertário. 

(1) O termo Decadialética é formado pela união das palavras gregas deka, dez, e dialektikê, que significa esclarecer através das ideias. É ela um método dialético aplicável à Filosofia Prática, que pretende ordenar o raciocínio por meio de dez campos.

(2) Epígono. 1 Imitador de um artista importante ou pensador de grande notabilidade de uma geração mais antiga. 2 Continuador de um filósofo, músico, artista, literário etc. da geração anterior. 3 Que pertence à geração seguinte.

Capítulos do Livro

1. A economia, a técnica e a história

2. O desenvolvimento da técnica

3. A eotécnica

4. Neotécnica

5. Marx e Marxismo

6. Marx e Proudhon

7. Marx e Engels contra os marxistas

POLÊMICA SOBRE O ESTADO ENTRE MARXISTAS E ANARQUISTAS

8. A teoria marxista do Estado

9. As experiências das revoluções para os marxistas

10. O Estado para os socialistas libertários e anarquistas

11. Pode a ditadura ser uma escola de liberdade?

12. Ditadura e liberdade

13. O definhamento do Estado

14. As concepções libertárias e sua crítica ao marxismo

15. Síntese da crítica libertária

16. Socialismo e política

17. Análise decadialética do marxismo

18. Os fatores emergentes e predisponentes

19. Análise decadialética

TEXTO CRÍTICO

Anarquismo, socialismo libertário e filosofia concreta, por João Cezar de Castro Rocha

 

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