28 setembro 2025

Poder

Quando pensamos no poder, quase sempre nos vem à mente a ideia de poder político ou econômico. É comum entendermos o poder como aquilo que controla a sociedade, algo semelhante ao controle ou à autoridade. No entanto, é mais adequado considerar que o poder está ligado ao que é possível realizar. Visto desse modo, todos nós possuímos algum poder.

O poder do ser humano se manifesta em sua capacidade de agir sobre o mundo. Ele não se limita apenas à ação sobre os outros, mas também sobre as coisas ao seu redor. Nos pequenos atos diários, sempre que temos liberdade de escolha, revelamos formas diversas de poder. Não é o mesmo o poder de um estudante, de uma mãe, de um cientista, de um atleta ou de um artista. Em todos os casos, há uma afirmação de si mesmo ou a expressão da vontade de um grupo.

A razão constitui outro tipo de poder fundamental. É ela que nos permite descobrir a ordem presente na natureza e, ao mesmo tempo, projetar o futuro. Graças à razão, o ser humano é capaz de tomar decisões que conduzem à realização de seus sonhos e que o libertam do simples instinto. Trata-se, portanto, de um poder que amplia nossas possibilidades e nos ajuda a controlar melhor a própria vida.

Entretanto, em uma sociedade organizada por regras, o poder também pode se manifestar como dominação. Nem sempre ele é exercido de maneira justa ou legítima. Muitas vezes, recorre-se à imposição, à violência ou ao abuso de autoridade para alcançar determinados objetivos. Exemplos disso são o chefe que ameaça os trabalhadores, o professor que abusa de sua posição ou o funcionário que nega atendimento por capricho. São formas de usar o poder de maneira arbitrária, reforçando desigualdades e injustiças.

Existe ainda o poder da resistência, chamado contrapoder. Esse não depende de nossa força física ou de nossa posição social, mas da capacidade de limitar ou questionar o poder dos outros. O contrapoder é a presença que não pode ser ignorada, a força que lembra que nem tudo é permitido. Por fim, há o poder legítimo, aquele que se exerce para o bem comum, que aceita ser limitado e que leva em conta os interesses da coletividade. Uma decisão só é justa quando considera os outros, pois o verdadeiro poder é aquele que promove equilíbrio, justiça e responsabilidade social.

Fonte de Consulta

Atlas Básico de Filosofia. Textos de Hector Leguizamón. Tradução de Ciro Mioranza. São Paulo: Escala Educacional, 2007. 


  

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