“Pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições sem conceitos são cegas.” (Kant)
Desde tempos remotos, tanto o empírico quanto o racional sempre tiveram
os seus defensores. A tradição filosófica nos mostra duas posições clássicas
diante do conhecimento: a platônica ou socrático-platônica, que envolve a
questão da reminiscência, das ideias inatas, e a sofistica ou empírica que se
refere apenas aos nossos sentidos. Há entre esses dois campos numerosas escolas
e subescolas. Este problema perdurou ao longo dos séculos.
Sobre a origem do conhecimento. Para o empirismo, o
conhecimento nasce da experiência sensível (dos sentidos). A mente é
uma “página em branco” que vai sendo preenchida. Para o racionalismo, o
conhecimento verdadeiro tem origem na razão. A experiência pode enganar; a
mente já traz princípios inatos ou lógicos que orientam o saber. John Locke,
George Berkeley e David Hume são os defensores do empirismo; René Descartes,
Baruch de Spinoza, Gottfried Leibniz, do racionalismo.
O papel da percepção. Para o empirismo, a percepção é o
ponto de partida de todo conhecimento. A mente — tabula rasa (Locke) —, começa absorvendo as ideias simples (cor,
forma, som). Depois, essas ideias simples vão se tornando mais complexas
(cadeira, amizade, justiça). Tudo começa com a experiência sensível. Para o racionalismo,
a percepção pode enganar; só a razão garante certeza.
Sobre o Método. Para o empirismo, utilizamos o método
indutivo, base da ciência experimental moderna (observação — hipótese — teste).
Em se tratando do racionalismo, aplicamos o método dedutivo, como na matemática
e na lógica (partir de princípios evidentes — deduzir consequências).
Interligação entre empirismo e racionalismo. Muitos
filósofos posteriores (como Kant) perceberam que razão e experiência
são inseparáveis: A experiência fornece o conteúdo. A razão fornece a
forma, a organização e os princípios. Exemplo: na ciência moderna, a observação
empírica é indispensável, mas só ganha sentido quando analisada por hipóteses e
raciocínios lógicos. São faces complementares da busca da verdade.
Em síntese, o método científico moderno equilibra percepção
(empírica) e razão (racional) para construir um conhecimento mais confiável.
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