12 setembro 2025

Empirismo e Racionalismo

“Pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições sem conceitos são cegas.” (Kant)

Desde tempos remotos, tanto o empírico quanto o racional sempre tiveram os seus defensores. A tradição filosófica nos mostra duas posições clássicas diante do conhecimento: a platônica ou socrático-platônica, que envolve a questão da reminiscência, das ideias inatas, e a sofistica ou empírica que se refere apenas aos nossos sentidos. Há entre esses dois campos numerosas escolas e subescolas. Este problema perdurou ao longo dos séculos.

Sobre a origem do conhecimento. Para o empirismo, o conhecimento nasce da experiência sensível (dos sentidos). A mente é uma “página em branco” que vai sendo preenchida. Para o racionalismo, o conhecimento verdadeiro tem origem na razão. A experiência pode enganar; a mente já traz princípios inatos ou lógicos que orientam o saber. John Locke, George Berkeley e David Hume são os defensores do empirismo; René Descartes, Baruch de Spinoza, Gottfried Leibniz, do racionalismo.

O papel da percepção. Para o empirismo, a percepção é o ponto de partida de todo conhecimento. A mente — tabula rasa (Locke) —, começa absorvendo as ideias simples (cor, forma, som). Depois, essas ideias simples vão se tornando mais complexas (cadeira, amizade, justiça). Tudo começa com a experiência sensível. Para o racionalismo, a percepção pode enganar; só a razão garante certeza.

Sobre o Método. Para o empirismo, utilizamos o método indutivo, base da ciência experimental moderna (observação — hipótese — teste). Em se tratando do racionalismo, aplicamos o método dedutivo, como na matemática e na lógica (partir de princípios evidentes — deduzir consequências).

Interligação entre empirismo e racionalismo. Muitos filósofos posteriores (como Kant) perceberam que razão e experiência são inseparáveis: A experiência fornece o conteúdo.  A razão fornece a forma, a organização e os princípios. Exemplo: na ciência moderna, a observação empírica é indispensável, mas só ganha sentido quando analisada por hipóteses e raciocínios lógicos. São faces complementares da busca da verdade.

Em síntese, o método científico moderno equilibra percepção (empírica) e razão (racional) para construir um conhecimento mais confiável.

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