A Filosofia nunca foi agressiva. A
sua moderação, contudo, não nos faculta dar um pouco de razão a todos.
Para auxiliar o nosso raciocínio,
lembremo-nos dos quatro tipos de oposição, expostos por Aristóteles:
1) A correlação, na qual os opostos
relacionam-se um com o outro, como, por exemplo, entre o duplo e a metade;
2) A contrariedade, na qual existe
entre os opostos uma via de meio, com entre o branco e o preto;
3) A relação entre possessão e
privação, na qual se destaca a falta de algo que deveria estar ali, como, por
exemplo, entre a visão e a cegueira;
4) A contradição, na qual toda a via de
meio é excluída, como, por exemplo, entre uma afirmação e uma negação.
Como bem se sabe, a posição de
Aristóteles consistia em privilegiar a contrariedade em
relação aos demais tipos de oposição.
Uma concepção mais enérgica do conflito
é aquela proposta por Plotino e Agostinho, para quem a oposição maior é entre o
bem, concebido como ser, e o mal concebido como ausência.
Fonte de Consulta
PERNIOLA, Mario. Contra a Comunicação.
Tradução de Luisa Raboline. Rio Grande do Sul: Unisinos, 2006. (pág. 56)
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