A repetição tem uma função primordial:
ajuda a memorizar aquilo que temos necessidade de aprender ou de saber. Em
filosofia, costuma-se repetir o modelo de um grande autor: Kant, Hegel,
Descartes. Diz-se que a filosofia é histórica, porque cada filósofo parte de
onde terminou o seu antecessor. Aproveita-se do que outro fez, segue alguns de
seus passos e critica outros, podendo até formular novos sistemas, novas
teorias.
Como repetir sem mecanizar? Esta é a
grande dificuldade do aprendizado. O ser humano não tem o hábito de pensar por
si mesmo, já afirmava Kant. É mais fácil repetir o que o outro disse. Em
realidade, o aprendizado não é uma repetição automática, mas uma
re-conceituação feita com as próprias palavras. Um pensamento alheio tem que
ser captado e trabalhado segundo o entendimento e interesse do aprendiz. De
nada adianta ficarmos repetindo frases alheias; elas têm que fazer parte do
nosso ser.
“Pensar é pensar junto é co-pensar”.
Não existe o pensador genuíno, original. Precisamos de informações alheias.
Estas nos veem por intermédio daquilo que já foi pensado pelos outros; é uma
espécie de estímulo para o nosso pensar. Surge, assim, a repetição como
aprendizado. Esta, porém, não pode ser feita como uma máquina ou como o
papagaio que simplesmente repete o que ouviu. Ao ler ou ouvir, o aprendiz deve
fazer o esforço de compreensão, de expressar aquele pensamento com suas
próprias palavras.
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