O valor das coisas é um tema sumamente importante, pois
só no quadriênio de 1927-1930, houve quem nele catalogasse mais de mil e
trezentas obras publicadas sobre este tema. Ele pode ser visualizado da
seguinte forma: ao observarmos um copo, notamos a sua forma física: redondo,
cilíndrico, transparente. Tudo isso está no copo, mas quando o acho belo, isso
não está no copo. Se lhe tirar a forma ele deixa de ser o que é. Mas se
deixasse de considerá-lo belo, gracioso, o copo não deixaria de ser o que é.
Desta imensa abordagem do tema, surgiu uma nova disciplina filosófica,
que se denomina axiologia (de axiós, em grego, o
que é preciso, digno de ser estimado). A partir da axiologia, veio a timologia (de timós,
valor em sentido extrínseco, valor por exemplo, da economia). O valor não pode
ser transformado em conhecimento, pois este envolve o raciocínio, a lógica, a
teoria. Pode-se dizer que o valor está mais ligado à intuição, ao sentimento,
uma espécie de sexto sentido que os grandes homens da humanidade têm ao se relacionar
com um fato qualquer. Eles captam a essência num piscar de olhos.
Mário Ferreira dos Santos, no livro Convite à Filosofia e à
História da Filosofia, destaca as três correntes axiológicas: 1) a realista-platônica,
em que os valores são entes ideais, que existiriam em si, e que as coisas, por
imitá-los, teriam mais ou menos valor. Assim, há um valor do Bem, que é
perfeito, e as coisas que o imitam mais ou menos são melhores ou não; 2) a
tendência nominalista, onde os valores são apenas nomes
que damos às nossas apreciações, que são apenas subjetivas; 3) a posição realista
moderada, meio-termo entre a realista-platônica e a nominalista: tanto
uma quanto a outra expressam algo de verdadeiro.
Acrescenta que quando o indivíduo perde algo ele pensa mais sobre esse
algo. Observe a crença em Deus. Quando todos sentem Deus em seus corações, eles
não pensam muito em sua crença. Ao tomar consciência da perda na crença de
Deus, começam a pensar sobre Deus. "A vida moderna, os regimes sociais
totalitários que temos conhecido, a falta de respeito à dignidade humana,
levaram o homem a pensar sobre a dignidade do homem, e natural e
consequentemente, teve de pensar no que valia o valor, em que
consistia o valor".
Por fim, expõe as principais características do valor: a) são polares – a um valor corresponde
outro valor contrário, que se lhe opõe — Bem versus Mal; b) os valores
apresentam gradatividade — um valor pode valer mais ou menos; 3) os valores apresentam hierarquia — um valor, de uma ordem, pode
valer mais que o valor de outra ordem.
Fonte de Consulta
SANTOS, M. F. dos. Convite à Filosofia e à História da Filosofia. 6. Ed., São Paulo: Logos.
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