02 abril 2020

Valor

valor das coisas é um tema sumamente importante, pois só no quadriênio de 1927-1930, houve quem nele catalogasse mais de mil e trezentas obras publicadas sobre este tema. Ele pode ser visualizado da seguinte forma: ao observarmos um copo, notamos a sua forma física: redondo, cilíndrico, transparente. Tudo isso está no copo, mas quando o acho belo, isso não está no copo. Se lhe tirar a forma ele deixa de ser o que é. Mas se deixasse de considerá-lo belo, gracioso, o copo não deixaria de ser o que é.

Desta imensa abordagem do tema, surgiu uma nova disciplina filosófica, que se denomina axiologia (de axiós, em grego, o que é preciso, digno de ser estimado). A partir da axiologia, veio a timologia (de timós, valor em sentido extrínseco, valor por exemplo, da economia). O valor não pode ser transformado em conhecimento, pois este envolve o raciocínio, a lógica, a teoria. Pode-se dizer que o valor está mais ligado à intuição, ao sentimento, uma espécie de sexto sentido que os grandes homens da humanidade têm ao se relacionar com um fato qualquer. Eles captam a essência num piscar de olhos.

Mário Ferreira dos Santos, no livro Convite à Filosofia e à História da Filosofia, destaca as três correntes axiológicas: 1) a realista-platônica, em que os valores são entes ideais, que existiriam em si, e que as coisas, por imitá-los, teriam mais ou menos valor. Assim, há um valor do Bem, que é perfeito, e as coisas que o imitam mais ou menos são melhores ou não; 2) a tendência nominalista, onde os valores são apenas nomes que damos às nossas apreciações, que são apenas subjetivas; 3) a posição realista moderada, meio-termo entre a realista-platônica e a nominalista: tanto uma quanto a outra expressam algo de verdadeiro.

Acrescenta que quando o indivíduo perde algo ele pensa mais sobre esse algo. Observe a crença em Deus. Quando todos sentem Deus em seus corações, eles não pensam muito em sua crença. Ao tomar consciência da perda na crença de Deus, começam a pensar sobre Deus. "A vida moderna, os regimes sociais totalitários que temos conhecido, a falta de respeito à dignidade humana, levaram o homem a pensar sobre a dignidade do homem, e natural e consequentemente, teve de pensar no que valia o valor, em que consistia o valor".

Por fim, expõe as principais características do valor: a) são polares – a um  valor corresponde outro valor contrário, que se lhe opõe — Bem versus Mal; b) os valores apresentam gradatividade — um valor pode valer mais ou menos; 3) os valores apresentam hierarquia — um valor, de uma ordem, pode valer mais que o valor de outra ordem.

Fonte de Consulta

SANTOS, M. F. dos. Convite à Filosofia e à História da Filosofia. 6. Ed., São Paulo: Logos.




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