O pensamento
cristão, com o evolucionismo de Teilhard de Chardin e
o personalismo de Emmanuel Mounier, deu outro rumo à relação
entre filosofia e religião. Até então, a metafísica escolástica de santo Tomás
é que dominava o modelo de pensamento vigente.
Pierre Teilhard de
Chardin (1881-1955) foi filósofo, teólogo e pesquisador nos campos da geologia,
da paleontologia e da antropologia. Seu ponto de vista predominante era o de
que a ciência deve incorporar a fé. Em O fenômeno humano (1955),
Teilhard de Chardin analisa a lei da evolução, não como um mero transformismo
(como fizera Darwin), mas como uma condição geral extensiva à totalidade do
Universo, e que se encontra no homem.
Em O fenômeno
humano são relatadas as três grandes fases ou camadas envolvendo a
Terra: a) Hilosfera (camada material); b) Biosfera (envoltório
vivo); c) Noosfera (reflexão e consciência). Esta se
superpondo às duas primeiras. A teoria de evolução de Chardin não é dualista.
Começando com a “pré-vida”, matéria e espírito constituem as duas faces de um
mesmo fenômeno, pois tudo é explicado pela “lei de complexidade – consciência”.
Chardin admite um “amor-energia” que unifica todos esses estados
evolutivos, tendo a sua plenitude no homem.
Emmanuel Mounier
(1905-1950), o mais distinto dos personalistas, diz no Manifesto a
serviço do personalismo (1936) que a pessoa é "um ser espiritual
constituído como tal por uma forma de substância e de independência esse seu
ser; mantém essa substância por meio de sua adesão a uma hierarquia de valores
levemente adotados, assimilados e vividos num compromisso responsável e numa
constante conversão; unifica assim toda a sua atividade na liberdade e
desenvolve, por acréscimo, por impulsos de atos criadores, a singularidade de
sua vocação".
Embora Charles
Renouvier (1815-1903) tenha sido o primeiro a utilizar o termo
"personalismo" num sentido metafísico e moral, as origens
estão na própria ideia de pessoa que surgiu com o cristianismo e nas discussões
acerca das pessoas divinas da Trindade. Nessas discussões, formou-se o conceito
de pessoa como “substância individualizada contraposta à natureza e que, por
sua condição irredutível, está paradoxalmente aberta a uma existência
inter-relacionada com a dos outros”.
Fonte de Consulta
Temática Barsa -
Filosofia
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