08 novembro 2013

Pensamento Cristão: Chardin e Mounier

pensamento cristão, com o evolucionismo de Teilhard de Chardin e o personalismo de Emmanuel Mounier, deu outro rumo à relação entre filosofia e religião. Até então, a metafísica escolástica de santo Tomás é que dominava o modelo de pensamento vigente.

Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955) foi filósofo, teólogo e pesquisador nos campos da geologia, da paleontologia e da antropologia. Seu ponto de vista predominante era o de que a ciência deve incorporar a fé. Em O fenômeno humano (1955), Teilhard de Chardin analisa a lei da evolução, não como um mero transformismo (como fizera Darwin), mas como uma condição geral extensiva à totalidade do Universo, e que se encontra no homem.

Em O fenômeno humano são relatadas as três grandes fases ou camadas envolvendo a Terra: a) Hilosfera (camada material); b) Biosfera (envoltório vivo); c) Noosfera (reflexão e consciência). Esta se superpondo às duas primeiras. A teoria de evolução de Chardin não é dualista. Começando com a “pré-vida”, matéria e espírito constituem as duas faces de um mesmo fenômeno, pois tudo é explicado pela “lei de complexidade – consciência”. Chardin admite um “amor-energia” que unifica todos esses estados evolutivos, tendo a sua plenitude no homem.

Emmanuel Mounier (1905-1950), o mais distinto dos personalistas, diz no Manifesto a serviço do personalismo (1936) que a pessoa é "um ser espiritual constituído como tal por uma forma de substância e de independência esse seu ser; mantém essa substância por meio de sua adesão a uma hierarquia de valores levemente adotados, assimilados e vividos num compromisso responsável e numa constante conversão; unifica assim toda a sua atividade na liberdade e desenvolve, por acréscimo, por impulsos de atos criadores, a singularidade de sua vocação". 

Embora Charles Renouvier (1815-1903) tenha sido o primeiro a utilizar o termo "personalismo" num sentido metafísico e moral, as origens estão na própria ideia de pessoa que surgiu com o cristianismo e nas discussões acerca das pessoas divinas da Trindade. Nessas discussões, formou-se o conceito de pessoa como “substância individualizada contraposta à natureza e que, por sua condição irredutível, está paradoxalmente aberta a uma existência inter-relacionada com a dos outros”.

Fonte de Consulta

Temática Barsa - Filosofia 

 

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