Filosofia da religião —
por analogia com a filosofia da ciência, filosofia da arte etc. — nada mais é
do que a reflexão filosófica sobre a religião.
A filosofia da religião difere
tanto da teologia quanto da filosofia religiosa.
Enquanto a filosofia da religião procura questionar os aspectos religiosos, a
filosofia religiosa é substancialmente uma filosofia da salvação, que desde o
início se move num terreno religioso e não o abandona em todo o seu trajeto. A
teologia, por seu turno, é a formulação sistemática das crenças religiosas. Se
fosse um ramo da teologia, faltar-lhe-ia a liberdade intelectual inerente à
pesquisa filosófica. Impedir-lhe-ia de questionar a existência de Deus e os
dogmas essenciais da religião em estudo.
A filosofia da religião procura analisar
criticamente os conceitos de Deus, da adoração, da salvação, da vida eterna
etc. Em seus estudos, procura comparar diversas expressões religiosas com o
avanço das descobertas científicas. Os principais problemas da filosofia da
religião são: a existência de Deus, sua ligação com esse mundo sensível, o
problema do mal, a relação entre moral e religião e as relações entre alma e
corpo.
Desde a Antiguidade até a Idade Moderna, os
filósofos tentaram dar uma resposta à atitude do ser humano diante da religião.
Platão, por exemplo, afirmava a ideia do Bem, ou seja, a ideia do Divino como
concentração do racional, do bom e do belo. Os estoicos defenderam que o
próprio mundo é o Deus racional, submetido à lógica de seu pensamento. Newton
fala-nos de um Deus como o arquiteto do Universo. A revolução científica dos
séculos XVI e XVII concebe o criador como uma máquina perfeita. Hegel formulou
um panteísmo dinâmico em que as três etapas da realidade, ideia, natureza e
espírito, poderiam confundir-se com uma divindade não- transcendente do mundo.
Nietzsche anunciou a morte de Deus. Freud, no campo da psicanálise, dizia
que a religião era uma neurose obsessiva.
O problema central do estudo da filosofia da
religião funda-se no conceito de Deus. Todos os demais elementos,
principalmente na tradição judaico-cristã, dependem deste conceito, que
fornecerá elementos para um amplo debate em torno do assunto.
Fonte de Consulta
BUNGE, M. Dicionário de Filosofia.
Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big
Bang)
HICK, John. Filosofia da Religião.
Tradução de Therezinha Alvim Cannabrava. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
TEMÁTICA BARSA - FILOSOFIA. Rio de Janeiro, Barsa
Planeta, 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário