26 novembro 2015

Budismo

— Você é um ser celestial ou um deus?

— Não; não sou um ser celestial nem um deus.

— Bem, então, será que você é algum tipo de mágico ou mago?

— Não sou nem mágico nem mago.

— Você é um homem?

— Também não sou um homem.

— Bem, meu amigo, então, afinal, quem você é?

— Eu sou um Desperto.

Sidarta Gautama, o Buda, indagado na estrada após sua iluminação

budismo, fundado por Siddhartha Gautama, o Buda (aquele que despertou), é considerado por muitas pessoas mais como filosofia do que como religião. O motivo: Buda buscava a iluminação e não a revelação. Na época, a Índia era dominada pelas religiões bramânicas e, por essa razão, acreditava-se que a alma estava presa ao ciclo eterno da morte e do renascimento. Para quebrar este ciclo, em vez de se valer de rituais e escrituras, Buda opta pela meditação e reflexão.

Para escapar do ciclo das reencarnações, em que o pano de fundo é o sofrimento, principalmente devido ao apego à matéria, Buda estabeleceu as ""Quatro Nobres Verdades": dukkha (a verdade do sofrimento), samudaya (a verdade da origem do sofrimento), nirodha (a verdade do fim do sofrimento) e magga (a verdade do caminho para o fim do sofrimento). Esta última verdade diz respeito ao "caminho do meio".

Depois de elaborado por Buda, o budismo espalha-se rapidamente na Índia, chegando até a China. Em consequência, surgem diversas tradições, onde as duas principais são: theravada e manayana. Mais tarde, ocorreram ramificações opostas, como o zen-budismo que preconiza a prática de silenciar a mente para alcançar a iluminação espontânea, e as diversas formas do budismo tibetano, caracterizado por templos coloridos, muitas imagens e rituais.

"O caminho do meio" é o fundamento do budismo. É uma espécie de meio-termo entre dois extremos: vida de luxo e vida de austeridade. Propõe "uma dose moderada de disciplina em busca de uma vida ética, sem cair na tentação dos prazeres físicos ou na auto mortificação". Este caminho refere-se, também, a dois outros extremos: o eternalismo (crença de que a alma tem um propósito e vive para sempre) e o niilismo (extremo ceticismo em que se nega o valor e o sentido de tudo).

Esquema para se chegar ao caminho do meio. Por mais conforto material que tenhamos na vida, não estamos imunes à dor e ao sofrimento. ==> A total negação do conforto material e uma vida de ascetismo também não nos protegem do sofrimento. ==> Cada pessoa precisa encontrar equilíbrio e disciplina, de acordo com as circunstâncias individuais. ==> Precisamos encontrar o caminho do meio

Fonte de Consulta 

O LIVRO DAS RELIGIÕES. Tradução Bruno Alexander. São Paulo: Globo Livros, 2014. 




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