07 agosto 2015

Dissonância Cognitiva

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Atitude e comportamento permeiam nossas ações. Embora atitude diga respeito à intenção e o comportamento à ação propriamente dita, acabamos usando os dois termos como sinônimos. Pode-se dizer que atitude e comportamento fazem parte dos nossos relacionamentos: conosco mesmos, com o nosso próximo e com Deus.

Muitos dos nossos relacionamentos contêm a dissonância cognitiva. A dissonância é o som ou conjunto de sons sem harmonia. A dissonância cognitiva é a tensão psicológica que surge quando um indivíduo se vê frente a duas cognições conflitantes. Procura dar um equilíbrio ao caos que foi formado. É uma espécie de defesa a tudo aquilo que nos causa um incômodo muito grande, a tudo o que vai de encontro ao nosso modo de ser e de pensar.

Festinger e Carlsmith (1959) pediram para os sujeitos da sua pesquisa fazerem coisas extremamente entediantes e depois dizerem ao próximo que elas eram interessantes. Pagaram 1 ou 20 dólares para que convencessem o outro estudante que a tarefa era divertida. Resultado: quanto menos recebiam mais mentiam para si mesmos. Como se explica? Segundo Festinger, os mentirosos bem-pagos sabiam por que haviam falado de sentimentos que não sentiam: 20 dólares. Os mentirosos mal-pagos haviam experimentado uma dissonância cognitiva, pois haviam enganado outras pessoas sem uma razão para tal.

Um aliado da dissonância cognitiva é o mecanismo de defesa. Mecanismos de defesa são um padrão inconsciente de pensamento ou comportamento que protege o consciente de pensamentos e comportamentos que causam ansiedade ou desconforto. Se alguma proposta de pensamento causa dificuldade, ansiedade, o sujeito procura uma válvula de escape, uma forma de se iludir. Esta fuga vai da negação à sublimação, passando pela racionalização, projeção e deslocamento.

Resultados semelhantes são obtidos pelas pessoas que fazem sacrifícios para alcançar um determinado objetivo. Elas colocam um valor exagerado no objetivo. A dissonância cognitiva fornece-nos a seguinte explicação: a maioria das pessoas considera difícil tolerar muitos anos de trabalho para algo trivial. Em vista deste inconveniente, valorizam o que conquistaram. Isso também explica por que as empresas colocam dificuldades para contratar um empregado. Depois de passar por inúmeros transtornos, o futuro empregado se acha merecedor daquela ocupação.

Não nos iludamos. Nada de medo ou preconceito. Façamos como as crianças que não procuram se defender de nada. 

Fonte de Consulta

GLEITMAN, H., REISBERG, D. e GROSS, J. Psicologia. Tradução de Ronaldo Cataldo Costa. 7. ed., Porto Alegre: Artmed, 2009. 





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