Crise é separação, depuração como se faz
com o ouro. É o momento do julgamento. Ela decide se uma coisa perdura ou não.
No caso extremo da crise, que é escolher entre a vida e a morte, deparamo-nos
com a questão hamletiana: ser ou não ser. Paradigma é
"modelo a ser imitado", "abordagem padrão",
"orientação teórica", "estilo de pensamento".
Crise tem
conexão com o conflito, o paradigma e
a mudança social entre
outros. Observe o conflito. Quando uma crise surge em função do conflito,
queremos eliminar o adversário, a pessoa que esteja causando barreiras ao nosso
projeto. Conflito difere de competição. Na competição, queremos ultrapassar o
adversário; no conflito, eliminá-lo. Uma imagem plástica: uma corrida ilustra a
competição; a luta de boxe, o conflito.
Thomas Kuhn, em The Structure of Scientific Revolutions (1962), afirma que o paradigma é um
conjunto de crenças científicas e metafísicas usado num determinado período de
tempo. Uma crise pode quebrá-lo. Para ele, isso só será possível se o novo
paradigma não tiver mais nada a ver com o antigo. Sustentou essa tese por
longos anos, mas depois de sofrer críticas de diversos filósofos, que se
queixaram de sua teoria - demasiada imprecisa - para realizar a tarefa para a
qual ele a previu, voltou atrás. A mudança científica não ocorre por
"revoluções", mas por detalhes.
Em se tratando
da mudança social, a Revolução Industrial levou muitos teóricos à suposição de
que a mudança é "boa". Há, porém, um grande número de outros
pensadores que acham a mudança "má", pois a estabilidade é um valor
que também se deve defender. Nesse caso, a crise pode ter como consequência a
continuidade do status quo ou para a sua suplantação.
Presentemente
nos deparamos com o determinismo tecnológico, ou seja, a tecnologia é a causa
de todas as mudanças ocorridas na sociedade. Aqui, cabe uma indagação: não
estamos repetindo - com a tecnologia - o mesmo erro cometido por Marx (a
economia influencia tudo, inclusive a filosofia e a religião)?
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