Na revista Veja de 8 de julho de
2015, há a entrevista com o astrofísico americano Neil Degrasse Tyson, o mais
ativo divulgador da ciência depois de Carl Sagan.
Neil Degrasse Tyson publicou,
em 2004, o livro Origens. Nele, tenta passar de forma fácil os
complicados entrelaçamentos da ciência. Tem por objetivo separar o aspecto
religioso do científico. Diz que "para discutir sobre as origens das
coisas, é preciso elaborar argumentos cuidadosos, factíveis, mas
imaginativos".
Em meio à entrevista, diz que a
religião de cada pessoa tira conclusões precipitadas, mas a ciência tem que
fornecer argumentos baseados em provas. Observe a frase inglesa "God bless you" (Deus te abençoe) quando alguém espirra. Esta frase reportava-se, no passado, ao fato de
o espírito sair do corpo quando alguém espirrava, e deixava o sujeito à mercê
dos demônios. Um religioso vê o mundo dessa forma. A ciência tem que verificar
se há bactérias que originam o espirro.
Para Tyson, "Raciocinar
cientificamente é realizar o que for preciso para não se transformar em burro.
Não aceite verdades vindas de cima e procure provar argumentos. Esse elemento
fundamental da ciência não deixará de existir."
Explica, também, o que entende
por "polícia do pensamento". Nesse caso, chama a atenção para as
pessoas que tentam ter e exercer poder pela força de seus pensamentos. Quer
dizer, impondo o que todos podem, ou devem, acreditar. A ciência é inimiga da
"polícia do pensamento".
O cientista deve retribuir para a
sociedade. Na maioria dos países, principalmente nos Estados Unidos, as
atividades científicas são financiadas pelo governo, por órgãos públicos. De
onde vem o dinheiro? Do impostos pagos pelos cidadãos. Logo, você, e todo mundo,
financia experimentos científicos, cujos resultados podem afetar a política, a
economia, a saúde pública, a civilização.
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