22 julho 2015

Livros Estragam o Mundo?

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"Ideias têm consequências."

"Há livros que estragaram o mundo; livros sem os quais estaríamos melhor. Se as ideias têm consequências, as más ideias tem más consequências." (Benjamin Wiker)

Benjamim Wiker, Ph.D. em Ética Teológica pela Universidade de Vanderbilt, Tennesse, escritor e palestrante, publicou em 2008 o seu bestseller 10 livros que estragaram o mundo - e outros cinco que não ajudaram em nada. Neste ano de 2015, ganhou uma tradução portuguesa.

Parte da seguinte teseo mundo estaria bem melhor se os livros que pretende discutir não tivessem sido escritos.

Os dez grandes estragos

Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels (1848);

Utilitarismo, de John Stuart Mill (1863);

A Descendência do Homem, de Charles Darwin (1871);

Além do Bem e do Mal, de Friedrich Nietzsche (1886);

O Estado e a Revolução, de Vladimir Lênin (1917);

O Eixo da Civilização, de Margaret Sanger (1922);

Minha Luta, de Adolf Hitler (1925);

O Futuro de uma Ilusão, de Sigmund Freud (1927);

Adolescência, Sexo e Cultura em Samoa, de Margaret Mead (1928);

O Relatório Kinsey, de Alfred Kinsey (1948).

Os cinco livros que não ajudaram em nada

O Príncipe, de Nicolau Maquiavel (1513);

Discurso sobre o Método, de Renê Descartes (1637);

Leviatã, de Thomas Hobbes (1651);

Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, de Jean-Jacques Rousseau (1755); 

A Mística Feminina, de Betty Friedan (1963).

Qual a importância desta postagem? Chamar a nossa atenção para a utilização do espírito crítico em qualquer leitura que fizermos. Por trás de cada autor há um subjetivismo, uma opinião, um modo de ver o mundo. Não é por ter sido escrito que se transforma imediatamente numa verdade. Leiamos de tudo, mas fiquemos com aquilo que for bom.

Exemplos:

Maquiavel, no livro O Príncipe, evoca a ideia de que o governante não precisa ser bom, justo e misericordioso, mas parecer que o seja. Esta ideia influenciou muitos líderes políticos. Para Lênin, líder revolucionário ateu, os fins gloriosos do comunismo justificavam seus meios brutais.

Descartes, em seu Discurso do Método, ataca o ceticismo pela negação da realidade. Tem-se a impressão que, pelo seu duvidar de tudo, nada existia antes de Descartes. O seu penso logo existo está invertido, pois deveria ser existo, logo penso. O seu dualismo cria o homem-máquina.

Thomas Hobbes, em Leviatã, crê que, por natureza, não existe o bem e o mal, o justo e o injusto, o certo e o errado. Temos, por natureza, o direito do que desejamos. Cria um ser humano sem consciência, pois não faz nenhuma distinção moral entre o bem e o mal. 

Jean-Jacques Rousseau, no Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, parte de um estado natural da humanidade, onde os seres humanos vivem como animais, cuja única ocupação é a procriação. O pai não tem nenhuma responsabilidade para com os filhos gerados. Levou a sério o seu próprio pensamento, pois teve muitas amantes e, os cinco filhos que tivera de uma delas, deixou aos cuidados de um orfanato. 

Karl Marx, no Manifesto do Partido Comunista, trabalha a questão do materialismo histórico, gerador de milhões de cadáveres ao longo do tempo. O materialismo histórico funda-se na luta de classes. Na visão simplista de Marx, a história da humanidade nada mais é do que uma luta de classes: escravo contra o patrão; vassalo contra o senhor feudal; proletariado contra o empresário. 

John Stuart Mill, no Utilitarismo, desenvolve a tese da maior felicidade para o maior número de pessoas. Mill não foi o criador do termo "utilitarismo"; este fora aventado por Benthan. O utilitarismo funda-se na acepção do dualismo prazer-dor. Daí, o que nos dá prazer é moralmente bom; o que nos causa dor é moralmente mau. 

Charles Darwin, em A Descendência do Homem, elabora a tese da seleção dos mais aptos, que se torna quase impossível desligar Darwin da Eugenia, a raça pura, tão efusivamente defendida por Hitler na Alemanha. 

Nietzsche, em Além do Bem e do Mal, combate a moral cristã acenando que "Deus está morto". "Um golpe destrutivo no cristianismo". A sua ênfase ateísta levou-o à loucura. Os seus postulados sobre o "super-homem" terão influência catastrófica na atuação de Hitler e de outros políticos. Ir além da fé em Deus é ir além do bem e do mal sem bem nem mal, governado pela Vontade-de-Poder. 

Vladimir Lênin, cujo nome verdadeiro é Vladimir Ilyich Ulyanov, em O Estado e a Revolução, propugna o combate à burguesia (exploradores) capitalista, numa ação prática das ideias marxistas, que se fundamentam na luta de classes. Para ele, o Poder do Estado na defesa do proletariado deve ser feito pela violência, pela extinção da outra classe, a exploradora. Para Lênin, o terror é uma forma de disciplina. 

Margaret Sanger, em O Eixo da Civilização, trata do "maior perigo presente para [...] a civilização": a "falta de equilíbrio entre a taxa de natalidade dos 'inaptos' e dos 'aptos'", um perigo justamente por conta da "fertilidade dos débeis-mentais, dos fracos de espírito, [e] dos indigentes". Defende a eugenia e o controle da natalidade, mas por caminhos tortuosos, ou seja, através do QI. Para ela, quem tem QI baixo não pode procriar porque isso aumenta o número de débeis-mentais. 

Adolfo Hitler, em Minha Luta, livro que poucos leram e que, por algum tempo, foi proibido na própria Alemanha, mostra a força das ideias malignas tendo como pano de fundo o bem da humanidade. As ações de Hitler contra os judeus para a implantação da raça pura estenderam-se, também, aos ciganos, retardados e prisioneiros de guerra. Tudo para a glorificação terrena da Alemanha.

Sigmund Freud, em O Futuro é um Ilusão, ataca a religião, considerando-a como se fosse uma ilusão, a realização dos desejos das mentes infantis. Segundo suas próprias palavras, "minha atitude absolutamente negativa quanto à religião, em todas as suas formas ou diluições". 

Margaret Mead, em Adolescência, Sexo e Cultura em Samoa, utiliza um modus operandi - o de recolher alguns "fatos" de mitos originários e encaixá-los nos próprios devaneios filósofos. O pressuposto subjacente é: natural = primitivo = bom. Não analisa que o bom e o ruim está em toda parte entre os primitivos e entre os civilizados. 

Alfred Kinsey, em O Relatório Kinsey, cujo autor não permitiu nenhuma citação, trabalha com a crença de que o nosso estado natural é de uma extravagância sem moralidade alguma: o homem é reduzido a um animal. Ele acabou com a ideia de que o sexo antes do casamento e o adultério eram errados. 

Betty Friedman, em A Mística Feminina, cuja fama foi ter lançado a segunda onda de feminismo no mundo, mostra que as mulheres que são apenas esposas e mães são, secreta ou abertamente, infelizes porque não podem aventurar-se para fora do lar e maximizar seus potenciais como seres humanos realizando trabalhos significativos, como fazem os homens. 








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