21 agosto 2025

Ciência e Filosofia: uma Comparação

A Ciência e a Filosofia são duas formas distintas de conhecer a realidade. Vejamos alguns tópicos.

Quanto ao objeto. A Ciência aborda a realidade estudando os fenômenos de forma separada e especializada. Como exemplo, temos a Química, a Física, a Biologia. Seria como fazer um corte da realidade.  A Filosofia procura ter visões de conjunto da realidade, relacionando as partes entre si. Busca a essência, a origem e os fundamentos dos diversos tipos de conhecimento.

Quanto às disciplinas. Há as disciplinas científicas e as disciplinas filosóficas. Em se tratando das disciplinas científicas, se o objeto é a Natureza, temos as Ciências Naturais; se o objeto é o Homem, temos as Ciências Humanas; se o objeto é a abstração, temos as Ciências Exatas. No caso da disciplinas filosóficas, se o objeto é Tudo, temos a Ontologia, a Metafisica; se o objeto é o Mundo, temos a Cosmologia; se o objeto é o Homem, temos a Antropologia; se o objeto é o Pensamento, temos a Lógica, a Gnosiologia, a Epistemologia.   

Quanto ao método. No conhecimento da Ciência, temos o método experimental, com a proposição de hipóteses, verificação e experimentação. Isola-se a realidade e submete-a a determinados testes, provas e comparações. Na Filosofia, os seus métodos são todos especulativos, ou seja, não envolve uma prática material direta com o objeto. Por exemplo, o método de Sócrates foi a maiêutica, “parto” das ideias; Platão, o diálogo ou Dialética; Aristóteles, a Lógica.

Quanto aos motivos e aos objetivos. Ambas respondem a certas necessidades e tendências do ser humano. Na Ciência, há uma pesquisa pura ou pesquisa aplicada. Como a Ciência, a Filosofia parte da curiosidade do ser humano diante da realidade e de si mesmo. Não é um querer saber, mas um admirar-se, espantar-se: onde as pessoas veem o objeto, o filósofo conjetura com o mistério, a dúvida e o secreto.  

Quanto à linguagem. O cientista usa linguagem descritiva, exata, e que não dê margem a ambiguidade e mal-entendido. Expõe os resultados de forma neutra e objetiva. A linguagem matemática é quase que obrigatória. O filosofo não deixa de usar uma linguagem exata, contudo recorre muitas vezes à linguagem metafórica, literária e poética. A verdade filosófica não é produto apenas da investigação do pensamento, mas também do modo como o pensamento é construído e exposto.

Fonte de Consulta

GOTO, Roberto Akira. Começos da Filosofia. Campinas, SP. Editora Átomo, 2000.

 

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