A Ciência e a Filosofia são duas formas distintas de
conhecer a realidade. Vejamos alguns tópicos.
Quanto ao objeto.
A Ciência aborda a realidade estudando os fenômenos de forma separada e
especializada. Como exemplo, temos a Química, a Física, a Biologia. Seria como
fazer um corte da realidade. A Filosofia
procura ter visões de conjunto da realidade, relacionando as partes entre si.
Busca a essência, a origem e os fundamentos dos diversos tipos de conhecimento.
Quanto às
disciplinas. Há as disciplinas científicas e as disciplinas filosóficas. Em
se tratando das disciplinas científicas, se o objeto é a Natureza, temos as Ciências
Naturais; se o objeto é o Homem, temos as Ciências Humanas; se o objeto é a abstração,
temos as Ciências Exatas. No caso da disciplinas filosóficas, se o objeto é Tudo,
temos a Ontologia, a Metafisica; se o objeto é o Mundo, temos a Cosmologia; se
o objeto é o Homem, temos a Antropologia; se o objeto é o Pensamento, temos a Lógica,
a Gnosiologia, a Epistemologia.
Quanto ao método.
No conhecimento da Ciência, temos o método experimental, com a proposição de hipóteses,
verificação e experimentação. Isola-se a realidade e submete-a a determinados testes,
provas e comparações. Na Filosofia, os seus métodos são todos especulativos, ou
seja, não envolve uma prática material direta com o objeto. Por exemplo, o método
de Sócrates foi a maiêutica, “parto”
das ideias; Platão, o diálogo ou Dialética; Aristóteles, a Lógica.
Quanto aos motivos e
aos objetivos. Ambas respondem a certas necessidades e tendências do ser
humano. Na Ciência, há uma pesquisa pura ou pesquisa aplicada. Como a Ciência,
a Filosofia parte da curiosidade do ser humano diante da realidade e de si
mesmo. Não é um querer saber, mas um admirar-se, espantar-se: onde as pessoas veem
o objeto, o filósofo conjetura com o mistério, a dúvida e o secreto.
Quanto à linguagem.
O cientista usa linguagem descritiva, exata, e que não dê margem a ambiguidade
e mal-entendido. Expõe os resultados de forma neutra e objetiva. A linguagem matemática
é quase que obrigatória. O filosofo não deixa de usar uma linguagem exata, contudo
recorre muitas vezes à linguagem metafórica, literária e poética. A verdade filosófica
não é produto apenas da investigação do pensamento, mas também do modo como o
pensamento é construído e exposto.
Fonte de Consulta
GOTO, Roberto Akira. Começos
da Filosofia. Campinas, SP. Editora Átomo, 2000.
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