12 setembro 2018

Utilitarismo e Felicidade

A doutrina utilitarista foi fundada por Jeremy Bentham (1748-1832). Defende que o mais elevado objetivo da moral é maximizar a felicidade. Para tanto, o prazer deve ser superior à dor. Posteriormente, John Stuart Mill (1806-1873) tenta conciliar os direitos do indivíduo com a filosofia utilitarista. Pensa que as pessoas devem ser livres para fazer o que quiserem, contando que não façam mal aos outros.

Críticas à filosofia de Bentham: 1) O utilitarismo não consegue respeitar os direitos do indivíduo; 2) o utilitarismo pesa as preferências sem as julgar, pois sua moralidade é baseada na quantificação, na agregação e no cômputo geral da felicidade.

Moral e felicidade abrangem outros campos de interesse. Kant, por exemplo, defende os direitos humanos universais. Para ele, a moralidade não deve ser baseada apenas em considerações empíricas, ou seja, em interesses e desejos passageiros, pois fazer um homem feliz é muito diferente de fazer um homem bom.

A filosofia de Kant é radicalmente oposta ao utilitarismo. Ele pretende dar um cunho universal às suas ideias. Observe o teor de seus imperativos categóricos. Imperativo categórico 1: Universalize sua máxima. "Aja apenas segundo um determinado princípio que, na sua opinião, deveria constituir uma lei universal." Imperativo categórico 2: Trate as pessoas como fins em si mesmas.

A felicidade, na Doutrina Espírita, tem como pano de fundo a pluralidade das existências: a vida nos foi dada como prova ou expiação. Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec diz: "O homem é, na maioria das vezes, o artífice de sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus ele pode poupar muitos males e gozar de uma felicidade tão grande quanto o comporta a sua existência num plano grosseiro". (Pergunta 921)

De acordo com o Espiritismo, o planeta Terra não é um dos orbes mais evoluídos do Universo. Ele já esteve mais atrasado, pois já ultrapassou o estado primitivo. Na atualidade, estamos vivendo num mundo de provas e expiações em que o mal ainda predomina sobre o bem. Nesse sentido, por mais que busquemos a felicidade, nunca a encontraremos, pois ela não é deste mundo. Ela pertence a um mundo mais evoluído em que as ações voltadas para a fraternidade universal são a regra.

Fonte de Consulta

SANDEL, Michael J. Justiça – O que é Fazer a Coisa Certa. Tradução de Heloísa Matias e Maria Alice Máximo. 24. ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

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