02 março 2016

O Renascimento

Renascimento é o período da história que vem depois da Idade Média. É uma tentativa de voltar aos clássicos da Antiguidade, ou seja, a Sócrates, Platão, Aristóteles e outros. O humanismo, um dos fenômenos mais importantes desse novo pensamento, significa uma rebelião contra a escolástica e a tudo o que era ensinado nas universidades da época. Esse movimento intelectual visou essencialmente à reforma da teologia e da religião cristã. Quanto ao ser humano, desprezaram o sobrenatural e deram ênfase ao natural.

A vinda do Renascimento recobrou a filosofia platônica, mas de um Platão reinterpretado de modo diferente daquele que era feito pela tradição agostiniana e neoplatônica da Idade Média. Os pensadores dessa época querem conciliar a filosofia platônica e o cristianismo, mas essa conciliação se torna ambígua, pois o cristianismo depende de uma revelação, em que o homem é um ser corrompido que necessita de redenção da graça para se libertar de sua natureza abjeta. Como fazê-lo somente pela razão? Além disso, "os platônicos do Renascimento exaltam também a natureza como uma fonte de conhecimento autêntico de Deus. Esse anseio contemplativo, no entanto, está mais próximo do misticismo teosófico do que da filosofia natural ou da ciência da natureza que se desenvolverá posteriormente".

Erasmo de Rotterdam (1460-1536), o humanista de maior prestígio em toda a Europa, diante dos grandes descobrimento geográficos e os notáveis avanços técnico-científicos, exprime, em 1517, o seguinte pensamento: "vejo uma idade de ouro no futuro próximo". Quer dizer, os referidos avanços promoveriam os ideais de tolerância e concórdia entre todos os seres humanos autônomos. Este sonho não se torna real, pois o que se vê são as frequentes guerras entre os adeptos da várias religiões.

Franscesco Petrarca (1304-1374), considerado o pai do "iluminismo", que proclama o conhecimento rigoroso como um ideal, Thomas More (1478-1535), que pede uma volta à cristandade, Erasmo de Rotterdam (1469-1536), com o seu sonho da idade de ouro, Martinho Lutero (1483-1546), João Calvino (1509-1564) e Ulrich Zwingli (1484-1531), que separam definitivamente os âmbitos da razão e da fé e Montaigne (1533-1592), com o seu "que sais-je?" ("o que é que eu sei?") são alguns dos representantes do período renascentista.

O humanismo, que considera o homem um ser autônomo, faz uma crítica ao duplo poder temporal e espiritual do papado. Quem melhor compreende e teoriza esse estado de coisas é Maquiavel que, no seu livro O Príncipe, descreve as várias atuações dos governantes. Daí, o termo pejorativo "maquiavélico", aquele que está sempre disposto a levar vantagem em tudo o que faz, não importando por quais meios. Resumindo: O sucesso de um Estado ou de uma nação é o fim supremo. ==> Quem quer que governe o Estado ou nação deve lutar para assegurar ==> sua própria glória ==> e o sucesso do Estado. ==> A fim de realizar isso, ele não pode ser limitado pela moralidade. ==> Os fins justificam os meios.

Renascimento foi, nada mais nada menos, do que o desabrochar de uma cultura que estava incubada, a cultura greco-romana.

Fonte de Consulta

Temática Barsa - Filosofia. Rio de Janeiro: Barsa Planeta, 2005.

 



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