24 fevereiro 2016

Filosofia Medieval

"[...] para o conhecimento de absolutamente qualquer verdade o homem precisa de ajuda divina." Suma teológica

A Idade Média começa no século V (dissolução do Império Romano) e termina no século XV (Renascimento). É considerado um período obscuro da história ocidental em que o pensamento se fixou num primitivismo sem conta, com a Igreja mantendo uma grande autoridade, tanto em política como na própria filosofia.

As discussões em torno da razão e fé predominaram por todo esse período. Em se tratando de filosofia, há uma grande oposição em relação à fé, pois enquanto a fé é objeto da revelação, a razão é objeto dos raciocínios argumentativos. A filosofia é considerada ancilla theologiae, serva da teologia, e os medievais são mais teólogos do que filósofos. Há grande esforço de se encontrar uma síntese entre fé e razão, que se rompe no final da Idade Média. 

O pensamento da Idade Média está centrado na escolástica. Escolástica vem de schola e significa o movimento religioso e teológico (século IX-XV) que se encarregava de conservar e transmitir a cultura. O seu método é a disputatio, a especulação, que busca a conciliação das verdades da fé e da razão, mas com a filosofia subordinada à teologia. Santo Anselmo pode ser considerado o primeiro expoente da escolástica. Seu objetivo é conciliar razão e fé, pois embora a razão não substitua a fé, ela poderia ajudar a compreender aquilo que fora aceito pela fé. 

O apogeu da escolástica encontra-se em Santo Tomás de Aquino (1227-1274), no século XIII, período em que o papado alcança grande poder sobre a política e a "revolução comercial" estimula as trocas econômicas. A escolástica é o método de raciocínio e discussão. O autor dessa complexa operação é Santo Tomás de Aquino e tem como resultado o tomismo, que a igreja adotará como norma. Sobre a questão da razão versus fé, Aquino acreditava se tratar de elementos separados mas complementares, ou seja, a razão era subserviente sem ser subordinada à fé.

Além do racionalismo escolástico, há uma corrente de pensamento místico. Herdeira das doutrinas de Dionísio Areopagita, essa corrente recebe a influência das ideias platônicas e do pensamento de santo Agostinho e se expressa por meio de símbolos e visões. "O misticismo medieval é, mais do que a expressão de um pensamento, a confissão de uma experiência religiosa que tem por objetivo limpar o caminho que conduz a Deus, elevando o homem do profano ao sagrado". Johannes Eckhart, dito Mestre (1260-1327) é o principal representante. 

Desde a queda do Império Romano, o pensamento se desenvolve muito lentamente. A ciência medieval é muito mais uma adaptação à ciência na época helenística do que algo original. Como tudo estava subordinado à teologia, a ciência servia apenas para confirmar experimentalmente as verdades religiosas estabelecidas pela igreja. Há, porém, as contribuições dos muçulmanos sobre a astronomia, a matemática, a medicina e a química). A maior contribuição, entretanto, está na química, graças ao domínio das técnicas de destilação.

Bibliografia Consultada

TEMÁTICA BARSA - FILOSOFIA. Rio de Janeiro, Barsa Planeta, 2005. 

 


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