"[...] para o conhecimento de absolutamente qualquer verdade o
homem precisa de ajuda divina." Suma teológica
A Idade Média começa no século V (dissolução do Império Romano) e
termina no século XV (Renascimento). É considerado um período obscuro da história
ocidental em que o pensamento se fixou num primitivismo sem conta, com a Igreja
mantendo uma grande autoridade, tanto em política como na própria filosofia.
As discussões em torno da razão e fé predominaram por todo
esse período. Em se tratando de filosofia, há uma grande oposição em
relação à fé, pois enquanto a fé é objeto da revelação, a razão é objeto dos
raciocínios argumentativos. A filosofia é considerada ancilla
theologiae, serva da teologia, e os medievais são mais teólogos do
que filósofos. Há grande esforço de se encontrar uma síntese entre fé e
razão, que se rompe no final da Idade Média.
O pensamento da Idade Média está centrado na escolástica. Escolástica
vem de schola e significa o movimento religioso e teológico
(século IX-XV) que se encarregava de conservar e transmitir a cultura. O seu
método é a disputatio, a especulação, que busca a conciliação das
verdades da fé e da razão, mas com a filosofia subordinada à teologia. Santo
Anselmo pode ser considerado o primeiro expoente da escolástica. Seu objetivo é
conciliar razão e fé, pois embora a razão não substitua a fé, ela poderia
ajudar a compreender aquilo que fora aceito pela fé.
O apogeu da escolástica encontra-se em Santo Tomás de Aquino (1227-1274), no século XIII, período em que
o papado alcança grande poder sobre a política e a "revolução
comercial" estimula as trocas econômicas. A escolástica é o método de
raciocínio e discussão. O autor dessa complexa operação é Santo Tomás de Aquino
e tem como resultado o tomismo, que a igreja adotará como norma. Sobre a
questão da razão versus fé, Aquino
acreditava se tratar de elementos separados mas complementares, ou seja, a
razão era subserviente sem ser subordinada à fé.
Além do racionalismo escolástico, há uma corrente de pensamento místico.
Herdeira das doutrinas de Dionísio Areopagita, essa corrente recebe a
influência das ideias platônicas e do pensamento de santo Agostinho e se
expressa por meio de símbolos e visões. "O misticismo medieval é, mais do
que a expressão de um pensamento, a confissão de uma experiência religiosa que
tem por objetivo limpar o caminho que conduz a Deus, elevando o homem do
profano ao sagrado". Johannes Eckhart, dito Mestre (1260-1327) é o
principal representante.
Desde a queda do Império Romano, o pensamento se desenvolve muito
lentamente. A ciência medieval é muito mais uma adaptação à ciência na
época helenística do que algo original. Como tudo estava subordinado
à teologia, a ciência servia apenas para confirmar experimentalmente as
verdades religiosas estabelecidas pela igreja. Há, porém, as contribuições dos
muçulmanos sobre a astronomia, a matemática, a medicina e a química). A maior
contribuição, entretanto, está na química, graças ao domínio das técnicas de
destilação.
Bibliografia Consultada
TEMÁTICA BARSA - FILOSOFIA. Rio de Janeiro, Barsa Planeta, 2005.
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