A pré-história é
um conceito nebuloso. Ela procura compreender, no presente, os conjuntos de
lugares, artefatos e paisagens do passado. Vale-se da escavação arqueológica,
muitas vezes descrita como passar do conhecido ao desconhecido. Fundamenta-se
na ausência de escrita. É muda e silenciosa. É a história sem palavras.
De
acordo com Chris Gosden, a palavra "pré-história" foi usada pela
primeira vez em 1832, mas só adquiriu uso corrente após a publicação, em 1865,
de Prehistoric Times, de Sir John Lubbock. Acrescenta que este
conceito tornou-se necessário por causa da expansão do universo imaginativo
durante o século XIX e à revelação de espaços de tempos maiores para a história
humana e biológica.
A
pré-história tem relação com a visão de mundo: para os arqueólogos,
os nossos antepassados surgiram há 6 milhões de anos; para os criacionistas somente
a partir do "Gênesis" da Bíblia. O bispo Ussher, por exemplo, no
final do século XVIII, estimou que a Terra fora criada em 4.004 a.C. A base
empírica, porém, para escalas de tempos maiores veio-nos através dos geólogos e
biólogos.
Para
bem entendermos a pré-história, há necessidade estudá-la de forma empírica e
filosófica. As escavações e as sondagens fornecem-nos informações seguras sobre
o passado. O aspecto filosófico: como nos abrirmos ao modo de pensar dos
antigos, que não tinham palavras para se expressarem? Como renunciar ao nosso
mundo civilizado para absorver os horizontes de vida dos primeiros seres
humanos?
A
pré-história, nos tempos presentes, está bastante viva entre nós. Ela habita
aqueles setores de nossa vida em que é difícil expressar em palavras, ou seja,
a nossa relação com carros, computadores, lápis, papel etc.
Para
mais informações, leia o livro Pré-história, de Chris Gosden,
traduzido por Janaína Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 2012. (Coleção
L&PM POCKET; vol. 1057)
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