A reflexão,
fenomenologicamente observada, manifesta-se como um segundo ato de conhecimento
(o primeiro é a intenção direta).
Ao evocarmos a
intenção direta e o segundo ato, verificaremos que uma noção ampla do juízo em
geral e do juízo reflexivo em especial influencia notoriamente o comportamento
de um crítico do conhecimento. Sem elo, poder-se-ia perder em afirmações
frouxas e superficiais, por ausência de um eixo diretor.
Há, assim, a intenção
direta e o segundo ato. A reflexão, propriamente dita, diz respeito ao segundo
ato. Mas, se o segundo ato, é uma espécie de repetição da intenção direta,
reduziríamos a visão reflexa a uma outra face do mesmo ato. Uma simples
abstração nos faria ver separadamente as duas intenções, conduzindo-nos à
ilusão final das dualidades dos atos.
Para que haja a
verdadeira reflexão, a intenção direta deve opor-se à reflexão, no sentido de
se distinguirem como dois atos efetivamente distintos e não apenas como intensificação
um do outro. A simultaneidade proporciona a aparente impressão de que um ato
seja a intensificação do outro; a observação cuidadosa nos liberta deste
equívoco, conduzindo-nos à consciência de nós mesmos e enaltecendo a nossa
racionalidade.
Fonte de Consulta
PAULI, Evaldo. Que
é Pensar? Teoria Fundamental do Conhecimento. Santa Catarina: Biblioteca
Superior de Cultura, 1964.
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