14 dezembro 2024

Kuhn, Thomas

“A ciência normalmente visa às novidades de fato ou teoria.” Thomas Kuhn

Thomas Kuhn (1922-1996) foi um físico norte-americano e estudioso no ramo da filosofia da ciência. Sua importância reside no fato de estabelecer teorias que desconstruíam o paradigma objetivista da ciência. É mais conhecido pela obra A estrutura das revoluções científicas, publicada em 1962. A obra é tanto uma investigação sobre momentos decisivos na história científica quanto uma tentativa de explicar uma teoria sobre como as revoluções ocorrem na ciência.

Os trabalhos acadêmicos de Kuhn resultaram no livro “A Revolução Copernicana”, de 1954. Mas foi no livro "Estruturas da Revolução Científica” (1962), que Kuhn estabeleceu suas ligações com a filosofia e as ciências humanas. O livro foi reeditado em 1970 com algumas observações adicionais.

Mudança de paradigma. "A ciência, na visão de Kuhn, alterna períodos de “normalidade” e de “crise”. A ciência normal é o processo rotineiro no qual cientistas trabalhando dentro de um sistema teórico, ou “paradigma”, acumulam resultados que não questionam as escolas teóricas desse sistema. Às vezes, obviamente, resultados anômalos ou não familiares aparecem, mas estes são geralmente considerados como erros dos cientistas — provas, de acordo com Kuhn, que a ciência normal não visa às novidades. Ao longo do tempo, contudo, resultados anômalos podem se acumular até que um ponto de crise seja atingido. Após a crise, se uma nova teoria é formulada, há uma mudança no paradigma e um novo sistema teórico substitui o antigo. No fim, esse sistema é admitido como certo, e a ciência normal prossegue até outras anomalias surgirem".

Um exemplo de tal mudança foi o desmoronamento da visão clássica de espaço e tempo com a confirmação das teorias da relatividade de Einstein.

A afirmação de Copérnico de que a Terra gira ao redor do Sol rompeu um paradigma no pensamento: os cientistas deixaram a crença de que o planeta terra está no centro do universo.

Fonte de Consulta

O Livro da Filosofia. Tradução Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011. 

 

 

James, William

William James (1842-1910) foi um filósofo e psicólogo norte-americano. Um dos criadores da escola filosófica conhecida como “pragmatismo” e um dos pioneiros da “Psicologia Funcional”.

Charles Sanders Peirce, havia proposto uma teoria do conhecimento denominada de "pragmatismo", mas sem grande repercussão. Coube a seu amigo, William James, afilhado de Ralp Emerson, defender e desenvolver as suas ideias.

Verdade e utilidade. A teoria do pragmatismo peirceano mostra-nos que não adquirimos conhecimento apenas observando, mas fazendo, e que contarmos com esse conhecimento somente enquanto ele nos é útil, no sentido de que explica adequadamente as coisas para nós. Quando esse conhecimento não cumpre mais essa função em explicações melhores tornam-no obsoleto, o substituímos. Exemplo: visão geocêntrica e heliocêntrica sobre a Terra. James, por outro lado, aplicaria esse raciocínio à noção de verdade.

Para James, a verdade de uma ideia depende de quanto ela é útil — ou seja, se ela responde o que dela se exige. Se uma ideia não contradiz os fatos conhecidos — tais como as leis da ciência — e proporciona um meio de prever as coisas de forma precisa o suficiente para nossos objetivos, não pode haver razão para não considerá-la verdadeira, da mesma maneira que Peirce considerou o conhecimento como uma ferramenta útil, independente dos fatos.

Influencia duradoura. O pragmatismo proposto por Peirce e exposto por James estabeleceu a América como um centro significativo para o pensamento filosófico no século XX. A interpretação pragmática da verdade por James influenciou a filosofia de John Dewey e gerou uma escola do pensamento “neopragmática” que inclui filósofos como Richard Rorty. Na Europa, Bertrand Russell e Ludwig Wittgenstein se inspiraram na metafisica de James. Seu trabalho na psicologia foi igualmente influente e, muitas vezes, conectado com sua filosofia, em especial, o conceito de “fluxo de consciência”, que, por sua vez, influenciou escritores como Virginia Woolf e James Joyce.

Resumo do seu pensamentoSe estou perdido em uma floresta e vejo uma trilha, posso acreditar: 1) ...que ela leva a comida e abrigo ==> Então sigo a trilha e acho uma saída da floresta rumo à salvação. 2) ... que ela não leva a lugar algum. ==> Então não faço nada, continuo perdido e morto de fome. ==> Minha ação faz com que minhas crenças virem realidade ==> Aja como se o que você faz fizesse diferença. Faz Diferença.

Fonte de Consulta

O Livro da Filosofia. Tradução Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011. (Cópia de alguns trechos)