27 novembro 2024

Husserl, Edmund

 “Carecemos inteiramente de uma ciência racional do homem e da comunidade humana.” (Edmund Husserl)

A ciência aspira à certeza em relação ao mundo. ==> Mas a ciência é empírica: depende da experiência. ==> A experiência é sujeita a suposições e predisposições.  ==> Então a experiência, por si, não é ciência. (Edmund Husserl)

Edmund Husserl (1859-1938) foi um filósofo alemão, perseguido por um sonho: o sonho da certeza. Ele é mais conhecido como o fundador da fenomenologia. A sua fenomenologia pretende fundamentar a filosofia como ciência rigorosa, capaz de dar base, por sua vez, às próprias ciências em suas condutas específicas. Trata-se de voltar "às próprias coisas" a fim de captar suas essências ao final da redução eidética. Seu trabalho revolucionou a filosofia ocidental, influenciando diversas áreas do conhecimento, desde a psicologia até a sociologia.

O problema da certeza. Husserl começou a vida como matemático. Ele imaginou que problemas como “o que é a justiça?” podiam ser solucionados com o mesmo grau de certeza com o qual resolvemos problemas matemáticos, como “quantas azeitonas há no pote?” Em outras palavras, ele esperava colocar todas as ciências — que para ele incluíam todos os ramos do conhecimento e das atividades humanas, da matemática, química e física à ética e política — numa base completamente segura.

As teorias científicas baseiam-se na experiência. Essas teorias estão eivadas de suposições, predisposições e equívocos. Suprimindo esses aspectos, queria dar à ciência bases absolutamente incontestáveis.

Seguindo Descartes, ele sugeriu que, se adotarmos uma atitude científica em relação à experiência, deixando de lado toda suposição particular (incluindo a suposição de que um mundo externo existe fora de nós), então poderemos começar a filosofar numa lousa limpa, livre de todas as inferências. Assim, podemos olhar para a experiência com atitude científica, deixando de lado (ou “colocando entre parênteses”, como diz Husserl) cada uma de nossas suposições.

Para os filósofos que seguiram o método de Husserl, houve pouca concordância sobre o que realmente era o método ou como se colocaria em prática. No final da carreira, Husserl escreveu que o sonho de conferir bases sólidas para as ciências tinha acabado.

Fonte de Consulta

O Livro da Filosofia. Tradução Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011. 

 

 

 

 

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