Na ética estoica, há a
ausência das paixões, pois estas eram simplesmente o intelecto em um estado
doentio, devido às perversões da falsidade. O intelecto, livre de perturbações,
era o monarca legítimo, “o princípio do condutor” no reino do ser humano. Essa era
a parte da alma que recebia as "fantasias", onde eram gerados os impulsos.
O impulso era o
princípio na alma que impulsionava para a ação. Em estado de ausência de
perversão, era dirigido exclusivamente a coisas em harmonia com a natureza. A
forma contrária chamava-se repulsão. Para os estoicos, “paixão” era definida como “um impulso excessivo”. Embora condenassem toda paixão, admitiam certas eupatias, ou paixões felizes, experimentadas pelos sábios.
Raciocínio para se chegar a Deus: ser feliz era ser virtuoso; ser virtuoso era ser racional; ser racional era acatar a natureza; e acatar a natureza era obedecer a Deus.
Paradoxos estoicos. Dizer que “a virtude é o supremo bem” é uma proposição feita por todo aquele que aspira a uma vida espiritual, mesmo que o faça de boca para fora. Alterando-se para “a virtude é o único bem”, transforma-se num paradoxo. Entende-se por "paradoxo" aquilo que contraria a opinião geral.
Outros paradoxos estoicos: “Todo insensato é louco”; “Somente o sábio é livre, e todo insensato é um escravo”; “Somente o sábio é rico”; “Pessoas boas são sempre felizes e pessoas más, sempre infelizes”. “Todos os bens são iguais”; “Nenhuma pessoa é mais sábia ou mais feliz do que a outra”.
A lei era definida como “a correta razão comandando o que era para ser feito e proibindo o que não era para ser feito”. Por isso, ela era sempre justa.
Destaque: o sábio jamais perdoava porque nunca tinha algo para perdoar. Não podia ser atingido por nenhum dano enquanto sua vontade estivesse fixada na retidão, isto é, enquanto fosse um sábio: o pecador pecava contra sua própria alma.
Notas extraídas de: STOCK, George. O Estoicismo. Tradução de Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2022. (capítulo IV "Ética")
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