Crise. Do grego krisis, do mesmo
étimo do verbo krino, separar, depurar, como se faz com o ouro. O primeiro
sentido da etimologia corresponde à fase decisiva de uma doença. Mais
especificamente, um momento de desequilíbrio sensível. O consenso
entre os pesquisadores é que a crise leva à ruptura com o estado anterior.
O novo rumo pode ser de melhora ou de piora.
Tanto na
medicina como na ciência militar, crise exprime o momento de viragem,
dificilmente situável, em que se tem lugar a decisão sobre a vida ou a morte,
sobre a vitória ou sobre a derrota. Em economia, a crise está ligada aos
ciclos econômicos, que se fundamentam na insuficiência de produção ou na
superprodução, como a que ocorreu em 1929.
Saint-Simon em L'introduction aux travaux scientifiques du XIXe siècle (1807), distingue entre épocas orgânicas e épocas críticas. As épocas orgânicas repousam em crenças bem estabelecidas; as
épocas críticas dão início à ruptura das crenças estabelecidas. Exemplo: a
crise renascentista é a passagem da época medieval para a época moderna.
Cuidado: a época
orgânica pode se transformar em utopia. Muitas pessoas pressupõem que, como um
passe de mágica, as incertezas, as tensões e as injustiças se dissiparão e se
transformarão no mito da Idade de Ouro, onde tudo se resolverá com facilidade.
É a ideologia dos povos oprimidos.
O Espírito
Emmanuel, na lição 59 "Crises", do livro Vinha de Luz,
psicografado por Francisco Xavier, diz-nos que "Toda crise é fonte sublime
de espírito renovador para os que sabem ter esperança".
Fonte de Consulta
LOGOS – ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE FILOSOFIA. Rio de Janeiro: Verbo, 1990.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/crise
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