01 junho 2022

Estoicismo

Estoicismo é uma corrente filosófica que apregoava a vida contemplativa acima das ocupações, das preocupações e das emoções da vida comum. Em essência, se o indivíduo viver em harmonia com a razão, ou seja, com a natureza, irá encontrar a paz da alma (ataraxia) afastando dele tudo o que poderia perturbá-lo, essencialmente as paixões consideradas como movimentos antinaturais, doenças da alma.

A epistemologia estoica baseava-se na phantasia kataleptikê ou percepção apreensiva. Para que possa ser verídica, uma percepção tem de obedecer a certas condições (clareza, assentimento comum, probabilidade e sistema), que foram atacadas de diversas maneiras pelos seus oponentes, os céticos.

A origem do estoicismo remonta à Grécia antiga, sendo a corrente filosófica predominante entre 300 a.C. e 200 d.C. Sobreviveu até os nossos dias. O nome deriva da Stoa paikile (pórtico ornado com as pinturas de Polignoto) de Atenas, local em que Zenão de Citium (325-264 a.C.), seu fundador, começou a ensinar.

O estoicismo do último período foi romano e Epiteto, Sêneca e o imperador Marco Aurélio foram alguns de seus membros mais ilustres. Como defensores de um sistema filosófico, travaram batalhas contínuas, em especial contra os filósofos céticos da Academia.

Os temas saídos do estoicismo inspiraram, além de grandes escritores Montaigne, Corneille, A. de Vigny, Maeterlinck , filósofos entre os quais Descartes, Kant. A anuência desses grandes pensadores prende-se ao fato de o estoicismo ser eminentemente prático. Tem grande utilidade para os afazeres da vida.

No estoicismo, há também os prós e os contras. A indiferença, por exemplo, é útil em diversas situações, mas pode levar o indivíduo à pura insensibilidade.

O estoicismo nos ajuda em muitas coisas, inclusive a sofrer resignadamente o barulho do vizinho, pois nosso primeiro ímpeto é reclamar, gritar, esbravejar. Os estoicos, no entanto, dizem que estamos errados, pois isso altera a ordem natural das coisas.




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