F. A. Hayek disse que “a mente nunca pode prever o seu próprio avanço”. A razão é simples: o crescimento de nossa mente está ligado ao “progresso da civilização”. Observou, também, que nossa capacidade de raciocinar não é “independente da experiência”.
Em se tratando da mente humana, muito podemos aprender com
o estoico Marco Aurélio que, em seu livro Meditações,
anotações de suas próprias experiências, deixou-nos uma infinidade de frases, pensamentos e sugestões úteis para o nosso bom relacionamento em sociedade.
Assim, diante de um problema, de uma contradição, de um
dificuldade, a nossa primeira reação, salvo raras exceções, é querer controlar
o ocorrido.
Vejamos, porém, como Marco Aurélio diria:
“No
início do dia, diga a si mesmo: encontrarei pessoas que são intrometidas,
ingratas, abusivas, traiçoeiras, maliciosas e egoístas. Em todos os casos, elas
ficaram assim por causa de sua ignorância sobre o que é bom e o que é mau”. Mesmo
que o operador do transporte público e o caixa do banco sejam maliciosos, a
nossa experiência do mundo pode ser enriquecida, pois ela não é determinada por
esses protagonistas.
Este
alerta não é para ignorarmos o mau comportamento dos outros, mas para
colocarmos lentes mais amplas nele. Isto faz-nos ver a maldade e a bondade como
elas realmente são; daí, sabermos o que é moralmente bom ou moralmente mau.
Platão,
na antiguidade, já nos falava do Verdadeiro, do Bem e do Belo. Quando nos
predispomos a refletir sobre esses valores, percebemos que o seu contrário é transitório
e quando o pensamento percebe o que é certo acaba naturalmente combatendo o
erro.