05 agosto 2020

Sociedades Secretas

A revista Superinteressante, edição 258 A, de novembro de 2008, relaciona várias sociedades secretas, existentes ao redor do mundo. Por sociedade secreta, entende-se todo grupo numericamente pequeno e fechado, geralmente constituído só de homens, cujas atividades são exercidas à margem da sociedade circundante. O que as move são as ideias mágicas e religiosas. Elas se mantêm secretas porque as sociedades circundantes as combatem por julgarem que são nocivas aos interesses coletivos.

As sociedades secretas sempre existiram. Por trás delas está o mistério, que é também o elemento central das religiões. Cabe-nos distinguir o mágico do real na pregação dessas sociedades. O bom senso obriga-nos a usar sempre a razão frente à emoção. Quando não há equilíbrio poderemos resvalar no fanatismo e nas ideias contrárias ao bem comum. É o que acontece com a maioria dessas sociedades secretas. O fanatismo religioso acaba criando o homem-bomba que destrói outros seres humanos.

As sociedades secretas, analisadas pela revista, são: Maçonaria, a influente rede internacional; Illuminati, a mais poderosa organização subterrânea; Rosacruz, a irmandade mística que prega a busca do conhecimento; Templários, os cavaleiros de Cristo que viveram entre o céu e o inferno; Assassinos, Hassan bin Sabbah, o primeiro terrorista islâmico da história; Cátaros, os hereges que foram queimados vivos na Idade Média; Opus Dei, o grupo da Igreja Romana que prefere viver nas sombras: Ku Klux Klan, o racismo americano; Thule, a sociedade que cultuava a suástica bem antes de Hitler; Máfias, as tradições da japonesa Yakuza e das tríades chinesas; Shindo Renmei, o terrorismo japonês que apavorou São Paulo nos anos 40; Conspirações, organizações de gente rica que planejam controlar o mundo; Skull and Bones, a misteriosa sociedade secreta de Bush pai e Bush filho.

Vejamos uma delas, o Opus Dei. Opus Dei – do latim "Obra de Deus", foi fundado pelo sacerdote espanhol Josemaria Escrivá em 1928. Trata-se de uma prelazia pessoal. Ela dá aos seus membros o direito de seguir as ordens do prelado (o líder máximo do Opus, que fica em Roma), em vez de obedecer à autoridade católica regional. Ela é acusada de ultraconservadora, totalitária e conspiradora, inclusive com a instituição do cilício, instrumento de tortura. Entre os defensores desta sociedade está o jurista Ives Gandra Martins, que diz: "O Opus Dei é uma entidade da Igreja Católica, cuja única finalidade é procurar o ideal da vida e de serviço cristão no meio do mundo, mediante a santificação do trabalho profissional, da família e dos deveres cotidianos".

A reportagem sobre as sociedades secretas procura chamar a nossa atenção para os perigos, que porventura possam advir das ideias desses grupos – políticos, religiosos, científicos, místicos e terroristas. Um dos seus membros pode estar sentado ao nosso lado, sem que o saibamos.