31 janeiro 2014

Os Clássicos

Clássico. Diz-se dos autores antigos e modernos que são tidos como modelos de boa linguagem. Correto, puro, escorreito, apurado. Esses autores primam pela moderação, simplicidade, dignidade, serenidade. Há neles a harmonia da composição, o acordo entre a espontaneidade e a reflexão, a afirmação enérgica da razão. Os clássicos são clássicos porque se ajustam a qualquer época. Diz-se, também, que um livro é denominado "clássico", porque quando nos apossamos dele não podemos mais abandoná-lo.

Os clássicos devem ser lidos ou relidos? Na realidade, essas duas atitudes se confundem no ato de ler. Observe que na primeira leitura parece que já conhecíamos o assunto; na releitura, a impressão que temos é que é a primeira vez, porque vamos assinalando detalhes, nuances, insights que não tínhamos visto na primeira leitura.

Como arrumar tempo para ler os clássicos? Temos que nos isolar, bem como fugir das leituras do jornal, das notícias da TV, dos problemas políticos. Com isso, preparamos a nossa mente para captar a essência do pensamento desses autores. Só podemos dizer que um livro é “nosso” quando o encontramos numa leitura desinteressada.

O essencial e o superficial. “Enquanto era preparada a cicuta, Sócrates estava aprendendo uma ária com a flauta. ‘Para que lhe servirá?’, perguntaram-lhe. ‘Para aprender esta ária antes de morrer’”. (Cioran) Aqui, podemos explicar que a crença numa vida além-túmulo muda completamente a nossa visão de mundo com relação às coisas terrenas. Provavelmente, aquele aprendizado lhe seria útil em outra dimensão.

Direcionemos a nossa mente para os aspectos construtivos do nosso patrimônio espiritual. No final das contas, é isso que vamos levar ao mundo espiritual, a nossa verdadeira morada.