Clássico. Diz-se dos autores antigos e modernos que são tidos como modelos de
boa linguagem. Correto, puro, escorreito, apurado. Esses autores primam pela
moderação, simplicidade, dignidade, serenidade. Há neles a harmonia da
composição, o acordo entre a espontaneidade e a reflexão, a afirmação enérgica
da razão. Os clássicos são clássicos porque se ajustam a qualquer época.
Diz-se, também, que um livro é denominado "clássico", porque quando
nos apossamos dele não podemos mais abandoná-lo.
Os clássicos devem ser lidos ou relidos? Na realidade, essas duas
atitudes se confundem no ato de ler. Observe que na primeira leitura parece que
já conhecíamos o assunto; na releitura, a impressão que temos é que é a
primeira vez, porque vamos assinalando detalhes, nuances, insights que não
tínhamos visto na primeira leitura.
Como arrumar tempo para ler os clássicos? Temos que nos isolar, bem como
fugir das leituras do jornal, das notícias da TV, dos problemas políticos. Com
isso, preparamos a nossa mente para captar a essência do pensamento desses
autores. Só podemos dizer que um livro é “nosso” quando o encontramos numa
leitura desinteressada.
O essencial e o superficial. “Enquanto era preparada a cicuta,
Sócrates estava aprendendo uma ária com a flauta. ‘Para que lhe servirá?’,
perguntaram-lhe. ‘Para aprender esta ária antes de morrer’”. (Cioran) Aqui,
podemos explicar que a crença numa vida além-túmulo muda completamente a nossa
visão de mundo com relação às coisas terrenas. Provavelmente, aquele aprendizado
lhe seria útil em outra dimensão.
Direcionemos a nossa mente para os aspectos construtivos do nosso
patrimônio espiritual. No final das contas, é isso que vamos levar ao mundo
espiritual, a nossa verdadeira morada.