Há duas acepções sobre a verdade: 1) acepção epistemológica, pela qual a
verdade é a adequação entre a inteligência e a coisa observada, e se opõe ao
erro; 2) acepção moral, pela qual a verdade é a adequação entre a
inteligência e a sua expressão manifestativa e, nesse sentido, se opõe à
mentira. Daí, verificamos que a verdade moral é a adequação entre aquilo que se
percebe da coisa, do fato em si, e aquilo que a respeito dele, se manifesta por
qualquer sinal expressivo: o gesto, a palavra escrita ou oral.
Mentira. Ato pelo qual um emissor altera aquilo que ele
reconhece como verdadeiro. Na distinção entre erro e mentira, verificamos que o
erro é um engano, um julgamento em desacordo com a realidade observada. Em se
tratando da mentira, supõe a intenção de dizer o falso. A mentira pressupõe
sempre uma verdade, ou a ideia de verdade, pois caso contrário não seria
mentira. Ainda: o paradoxo do mentiroso consiste em afirmar que se está
mentindo; nesse caso, quando se diz a verdade, mente-se, e quando se mente, diz
a verdade.
Mentir é condenado, mas muito
praticado. Alguns acham que mentir é sempre condenado, independentemente dos
benefícios que a mentira possa oferecer. Acontece que, em algumas
circunstâncias, os efeitos prejudiciais podem ser compensados pelo benefícios
que a mentira promove. Suponha que uma pessoa esteja muito doente. Mentir-lhe
sobre sua expectativa de vida pode ser útil, pois ele poderia viver melhor e
distante de uma depressão, que debilitaria ainda mais a sua resistência
orgânica.
A mentira retarda o desenvolvimento
do espírito? (Questão 192 de O Consolador, pelo Espírito Emmanuel).
Resposta: "A mentira é a ação capciosa que visa o proveito imediato de si
mesmo, em detrimento dos interesses alheios em sua feição legítima e sagrada; e
essa atitude mental da criatura é das que mais humilham a personalidade humana,
retardando, por todos os modos, a evolução divina do Espírito".
Jesus coloca-nos uma
frase emblemática: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
Pergunta-se: Como nos libertarmos da mentira e do erro da ideologia vigente, do
pragmatismo e da ascendência da ciência sobre a metafísica? Refletindo sobre a
totalidade do ser e o sentido da vida do ser humano sobre a Terra. Cada um de
nós tem uma percepção particular da lei natural, uma espécie de sexto sentido
que nos faz desviar do mal. Só se chafurdam no erro e na mentira, aqueles que
se descuidam do "vigiar e orar".
F. B. Ávila, em sua Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo, enfatiza o esforço do ser humano pela descoberta da verdade. Ele diz: "Na dispersão das atividades que absorvem o nosso dinamismo vital, um dia o homem percebe que o tempo passa, e que ele está embarcado num movimento irreversível que o aproxima irremediavelmente de um fim. Neste momento, ele se interroga sobre o sentido fundamental da vida. Se ele não descobre esse sentido, será cada vez mais abatido pelo tédio ou amargurado pelas decepções. Descobrir a verdade é entender esse sentido, pelo qual ele adquire a certeza inabalável de que a vida vale a pena de ser vivida, e a segurança de que poderá enfrentar o fim com serenidade".
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/mentira