"A vida sem reflexão não vale a pena ser vivida." Citado por
Platão, em Apologia a Sócrates
No século V a.C., a democracia triunfou na Grécia e trouxe como
consequência uma maior participação das pessoas na polis. Surge, então,
os sofistas (Protágoras,
Górgias, Hípias...) um conjunto de pensadores que tinham em comum o fato de
serem os primeiros educadores profissionais, pois cobravam por suas aulas.
Ensinavam fundamentalmente retórica e humanismo, como moral e política. No
princípio, sofista significava
"sábio" (sophos); depois,
pejorativamente, ganhou o sentido de hábil enganador.
Quando falamos em filosofia clássica grega, lembramo-nos imediatamente
de Sócrates, Platão e Aristóteles. Cabe destacar que as suas teses, em grande
parte, tinham por objetivo demonstrar o erro dos sofistas, que eram
considerados perigosos. Sócrates ficou famoso pelo "conhece-te a ti
mesmo"; Platão, pela "Teoria das Ideias"; Aristóteles, pela
"elaboração da lógica". Para Sócrates, por exemplo, a Filosofia era
uma missão sagrada, que deve ser cumprida com risco da própria vida. Com essa
atitude, opunha-se aos sofistas, para quem a educação era puramente uma arte,
uma função utilitária.
Quando falamos da filosofia clássica grega, reportamo-nos a Platão e
Aristóteles. Na época helenística, quando Alexandre, o Grande, chega ao
Poder (336 a.C.), outras escolas filosóficas surgiram: o epicurismo,
o estoicismo e o ceticismo. O que essas escolas
tinham em comum? Um sistema ético centrado no individualismo. Consequência:
busca-se a felicidade a todo custo. "O indivíduo perde sua capacidade
de intervenção na vida política e se retrai a uma esfera privada, na qual
aspira apenas a cultivar a si mesmo".
Como dissemos anteriormente, os sofistas surgiram na Atenas do século V
a.C., cuja filosofia cética enfatiza o espírito trágico, o qual é fundamentado
na experiência universal dos seres humanos, isto é, na morte, na dor e no
sofrimento. Observe a experiência da culpa: diante de qualquer
conflito, a situação é ambígua. Isto é exemplificado nos personagens das
tragédias: são culpados e inocentes ao mesmo tempo; agiram mal, mas
provavelmente não teriam como agir diferente.
A ciência grega surgiu a partir de 600 a.C., mas inseparável do
pensamento filosófico. Os gregos distinguiam dois tipos de saber: conhecimento
puro e conhecimento que leva à transformação da natureza, próprio da ciência
aplicada. O mais importante é o conhecimento puro; o fazer é secundário. Essa
distinção explica a ausência do termo "científico" no mundo grego.
Embora tivesse o termo episteme para se referir à ciência,
este se referia ao conhecimento acima de qualquer dúvida, totalizante, que se
adquire na filosofia.
Como vemos, os sofistas tiveram um papel relevante na história da
filosofia, pois a todo momento estavam criando problemas para serem pensados.
Fonte de Consulta
TEMÁTICA BARSA (Filosofia). Rio de Janeiro: Barsa
Planeta, 2005.