De acordo com Mário Ferreira dos Santos, no capítulo 1 — “A
Economia, a Técnica e a História”, do livro Análise
Dialética do Marxismo, nos últimos 1000 anos, houve uma profunda transformação
exercida pela máquina, denominada de “era
mecânica”, “máquina automática de tecer”, e mais especificamente, a chamada “Revolução
Industrial”.
Salienta que o relógio foi a máquina-chave da época
industrial moderna, e não a máquina a vapor, que, ao sobrevir, já abre campo a
outra fase no terreno técnico. O relógio permitiu a análise do movimento, os
tipos-de-engrenagens e transmissões e a exatidão da medida. Além disso, “tempo
é dinheiro” é uma das frases mais apreciadas pelos burgueses do século XVIII em
diante.
Mas o que é a máquina?
Segundo Reuleaux, “máquina é uma combinação de corpos resistentes, dispostos em
forma tal que, mediante eles, as forças mecânicas da natureza podem ser
obrigadas a fazer trabalho, acompanhadas por certos movimentos determinados”.
Enfatiza que a mecanização
do homem no mosteiro e no exército precede a que se verificou na fábrica. Nos
mosteiros beneditinos, onde imperavam a ordem e a disciplina, realizou-se uma
das grandes revoluções que sucedem à revolução cristã. São os beneditinos em grande parte os fundadores do capitalismo moderno.
Ainda: a máquina foi aproveitada, não para estimular o
bem-estar social, mas para aumentar
lucros, e em benefício das classes dominantes. As virtudes das máquinas não são devidas ao capitalismo. A este se
devem muitos dos seus males. A técnica permitiu que o capitalismo ocidental
tomasse essa feição que conhecemos. A técnica
não depende do capitalismo.
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