"Somente
pensamos quando confrontados com um problema." (John Dewey)
John Dewey (1859-1952) foi um filósofo e educador
norte-americano que ajudou
a fundar o pragmatismo, uma escola filosófica no início do século XX.
Acreditava que a melhor educação envolve o
‘aprender fazendo’. Desenvolveu
o pragmatismo formulado por Peirce e William James, aplicando essa doutrina à
lógica e à ética, e defendendo o instrumentalismo ou o experimentalismo em
teoria da ciência. Tornou-se célebre por ter fundado a chamada escola ativa.
A didática se resume no famoso método "do problema", que se
desenvolve em cinco fases: a) a criança traz um problema (um objeto, uma
preocupação etc. relacionados com sua vida); b) definição em comum do problema;
c) inspeção dos dados disponíveis; d) formação de uma hipótese de trabalho; e)
comprovação da experiência (da validade das informações, dos meios e dos
raciocínios). (1)
Resumo do
seu pensamento: Os
problemas surgem porque estamos tentando apreender o sentido... ==> ...das
tradições que herdamos. ==> ...dos desafios de viver em um mundo em transformação.
==> A filosofia não trata de obter um retrato verdadeiro do mundo, mas de solucionar problemas práticos.
==> Somente pensamos quando confrontados com problemas. (2)
Em 1894, Dewey
aceitou o cargo de presidente do departamento de filosofia, psicologia e
pedagogia da Universidade de Chicago. Foi na Universidade de
Chicago que Dewey começou a formalizar seus pontos de vista que contribuíram
tão fortemente para a escola de pensamento conhecida como pragmatismo. Dewey
finalmente deixou a Universidade de Chicago e tornou-se professor de filosofia
na Universidade de Columbia entre os anos de 1904, até sua aposentadoria em
1930. Em 1905, tornou-se presidente da Associação Americana de Psicologia.
Dewey
acreditava firmemente que a educação não deveria ser apenas professores fazendo
com que os alunos aprendessem fatos irracionais que logo esqueceriam. Ele
defendia que o modo de aprendizagem deveria ser uma jornada de experiências,
construindo uma sobre a outra, criando novas experiências. Dewey também sentiu
que as escolas tentavam criar um mundo separado da vida dos estudantes. As
atividades escolares e as experiências de vida dos estudantes deveriam estar
conectadas. Se isso não fosse feito, a aprendizado real seria impossível. (3)
Experiência e Educação, livro escrito por John
Dewey, é o resultado de uma palestra proferida por ele na sociedade Kappa
Delta Pi, em 1938, cuja primeira edição deu-se nesse mesmo ano. Parcela
considerável dos educadores tem apreço por esta obra, pois ela trata de
conciliar os problemas da educação tradicional com os da escola progressista.
Na escola tradicional, o ensino vem de cima para baixo, de fora para dentro; na
escola progressista, de dentro para fora, de baixo para cima. No primeiro, há
excesso de autoritarismo; no segundo, excesso de liberdade. Dewey Propõe o meio
termo.
A tese central deste livro é: os seres humanos gostam de pensar de forma
dicotômica, isto é, pelos extremos. Geralmente, expressamos nossas crenças em termos de ou isso ou aquilo. Tenta, assim, ver as
coisas boas que há tanto na escola tradicional como na escola progressista.
Aproveita-as; rechaça, porém, as coisas ruins.
Frases de Dewey: "Os
homens nunca usaram totalmente os poderes que possuem para promover o bem,
porque esperam que algum poder externo faça o trabalho pelo qual são
responsáveis."; "Aprender? Certamente mas, primeiro, viver e aprender
pela vida, na vida."; "Nós só pensamos quando nos defrontamos com um
problema."; "A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não
é a preparação para a vida, é a própria vida."; "A exigência de
liberdade é uma exigência de poder."; "Mais profunda das solicitações
na natureza humana é o desejo de ser importante."
(1) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia.
5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
(2) VÁRIOS COLABORADORES. O Livro da Filosofia. Tradução de Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011.
(3) https://escolaeducacao.com.br/john-dewey/
John Dewey
pertence à escola filosófica conhecida como pragmatismo, surgida nos Estados Unidos
no final do século XIX. Considera-se como seu fundador Charles Sanders Peirce,
que em 1878 escreveu um ensaio inovador chamado Como tornar claras as nossas ideias.
O pragmatismo
parte do princípio de que o propósito da filosofia, ou “pensamento”, não é
proporcionar um retrato verdadeiro do mundo, mas nos ajudar a agir de maneira
mais eficaz dentro dele. Ao assumir uma perspectiva pragmática, não devemos
ficar perguntando “é dessa forma que as coisas são?”, mas quais são as implicações
práticas ao se adotar essa perspectiva?
Para Dewey, os
problemas filosóficos não são questões abstratas divorciadas da vida das
pessoas. Ele os via como problemas que ocorrem porque os humanos são seres
vivos buscando sentido no mundo, lutando para decidir como agir nele da melhor
maneira. A filosofia começa a partir das esperanças, das aspirações humanas
cotidianas e dos problemas que surgem no curso da vida. Sendo este o caso,
Dewey considerou que a filosofia devia também ser um meio de encontrar
respostas práticas a tais questões.
Criaturas em
evolução
Dewey foi
influenciado pelo pensamento evolucionista do naturalista Charles Darwin, que
publicara A origem das espécies em 1859.
Darwin descreveu os humanos como seres vivos que fazem parte do mundo natural.
Como outros animais, os humanos evoluíram em resposta aos ambientes em
transformação. Para Dewey, uma das implicações do pensamento de Darwin é que
ele exige que pensemos sobre seres humanos não como essências fixas criadas por
Deus, mas como seres naturais. Não somos almas pertencentes a um outro mundo
não material, mas organismos desenvolvidos que tentam fazer o melhor para
sobreviver num mundo no qual inevitavelmente somos parte
Uma influência
prática
Vários filósofos, como Bertrand Russell, criticaram o pragmatismo por entendê-lo como a desistência da longa busca filosófica pela verdade. Todavia, a filosofia de Dewey foi muito influente na América. Uma vez que Darwin enfatizou a busca de respostas aos problemas práticos da vida, não é surpresa que grande parte de sua influência esteja em terrenos práticos, como educação e política. (VÁRIOS COLABORADORES. O Livro da Filosofia. Tradução de Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011.)
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