"A
percepção humana é assustadoramente limitada; acreditamos estar vendo o todo,
quando na verdade só vemos uma fração." (Empédocles)
Empédocles (495-435 a.C.), proveniente de família
rica, era um sábio versátil. Foi filósofo (pré-socrático), físico, astrônomo, médico, legislador e
poeta. Afirmava que todas as coisas eram terra, ar, água e fogo, misturados ou
isolados. Natural da colônia de grega de Acragas (atual Agrigento), na Sicília.
Sua filosofia
estava voltada para a explicação natural do universo, em que afirmava que todas
as coisas da natureza eram formadas de quatro substâncias: terra, ar, água e
fogo, misturados ou isolados. Acreditava em dois poderes divinos, “amor” e
“ódio”, que atuavam como forças que podiam unir ou separar as diferentes formas
de matéria e explicar a sua variação e harmonia.
Escreveu suas
obras em forma de poemas e de seus escritos se conservam “Purificações” onde
prometia poderes miraculosos, entre eles, a destruição do mal, a cura da
velhice e o controle sobre a chuva e o vento. Um tratado “Sobre a Natureza”,
com aproximadamente 450 versos, onde explica não apenas a Natureza, mas também
sua teoria dos 4 elementos, suas teorias da causa, da percepção e do
pensamento, além de explicar sobre os fenômenos terrestres e os processos
biológicos. Um tratado “Sobre a Medicina” e a obra “Políticos”. (1)
Parmênides e os eleáticos apontam as dificuldades para se explicar a
mudança. Com isso, provocam uma ruptura entre razão e experiência.
Posteriormente, os filósofos pluralistas tentam preenchê-la. Empédocles e
Anaxágoras renunciam à ideia de um princípio único que dê conta de todas as
coisas em favor de uma pluralidade de princípios. Com esse salto do monismo ao
pluralismo, tentam conciliar o caráter imutável e eterno do ser exigido pela
razão com a evidência empírica do devir incessante das coisas. (2)
Tales, Anaximandro e Anaxímenes são os iniciadores do processo de
reflexão racional sobre a origem das coisas. Além desses, destacam-se Heráclito
(ênfase no movimento), Parmênides (ênfase no fixo, representando um contraponto
a Heráclito), Empédocles (atração e repulsa, ou seja, as forças se atraem ou se
repelem) e Anáxagoras (razão universal — noumeno).
O fogo, junto à lareira, assume aspectos filosóficos. O devaneio diante
do fogo - reflexão sobre si mesmo - inspira ao ser vivente o desejo de mudança:
crescer, melhorar, progredir, rejuvenescer. A destruição é criativa, ou seja,
jogar o velho no lixo e abrir a mente para o novo, para a renovação. Bachelard
pensa que esse devaneio dá origem ao complexo de Empédocles: "um
verdadeiro complexo em que se unem o amor e o respeito ao fogo, o instinto de
viver e o instinto de morrer". Nesse caso, o sonho é mais forte que a
experiência. (3)
(1) https://www.ebiografia.com/empedocles/
(2) Temática Barsa — Filosofia
(3) BACHELARD,
Gaston. A
Psicanálise do Fogo. Tradução Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
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