25 fevereiro 2020

Empédocles

"A percepção humana é assustadoramente limitada; acreditamos estar vendo o todo, quando na verdade só vemos uma fração." (Empédocles)

Empédocles (495-435 a.C.), proveniente de família rica, era um sábio versátil. Foi filósofo (pré-socrático), físico, astrônomo, médico, legislador e poeta. Afirmava que todas as coisas eram terra, ar, água e fogo, misturados ou isolados. Natural da colônia de grega de Acragas (atual Agrigento), na Sicília. 

Sua filosofia estava voltada para a explicação natural do universo, em que afirmava que todas as coisas da natureza eram formadas de quatro substâncias: terra, ar, água e fogo, misturados ou isolados. Acreditava em dois poderes divinos, “amor” e “ódio”, que atuavam como forças que podiam unir ou separar as diferentes formas de matéria e explicar a sua variação e harmonia.

Escreveu suas obras em forma de poemas e de seus escritos se conservam “Purificações” onde prometia poderes miraculosos, entre eles, a destruição do mal, a cura da velhice e o controle sobre a chuva e o vento. Um tratado “Sobre a Natureza”, com aproximadamente 450 versos, onde explica não apenas a Natureza, mas também sua teoria dos 4 elementos, suas teorias da causa, da percepção e do pensamento, além de explicar sobre os fenômenos terrestres e os processos biológicos. Um tratado “Sobre a Medicina” e a obra “Políticos”. (1)

Parmênides e os eleáticos apontam as dificuldades para se explicar a mudança. Com isso, provocam uma ruptura entre razão e experiência. Posteriormente, os filósofos pluralistas tentam preenchê-la. Empédocles e Anaxágoras renunciam à ideia de um princípio único que dê conta de todas as coisas em favor de uma pluralidade de princípios. Com esse salto do monismo ao pluralismo, tentam conciliar o caráter imutável e eterno do ser exigido pela razão com a evidência empírica do devir incessante das coisas. (2) 

Tales, Anaximandro e Anaxímenes são os iniciadores do processo de reflexão racional sobre a origem das coisas. Além desses, destacam-se Heráclito (ênfase no movimento), Parmênides (ênfase no fixo, representando um contraponto a Heráclito), Empédocles (atração e repulsa, ou seja, as forças se atraem ou se repelem) e Anáxagoras (razão universal — noumeno). 

O fogo, junto à lareira, assume aspectos filosóficos. O devaneio diante do fogo - reflexão sobre si mesmo - inspira ao ser vivente o desejo de mudança: crescer, melhorar, progredir, rejuvenescer. A destruição é criativa, ou seja, jogar o velho no lixo e abrir a mente para o novo, para a renovação. Bachelard pensa que esse devaneio dá origem ao complexo de Empédocles: "um verdadeiro complexo em que se unem o amor e o respeito ao fogo, o instinto de viver e o instinto de morrer". Nesse caso, o sonho é mais forte que a experiência. (3)

(1) https://www.ebiografia.com/empedocles/

(2) Temática Barsa — Filosofia

(3) BACHELARD, Gaston. A Psicanálise do Fogo. Tradução Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 2008. (Tópicos



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