"Os
filósofos apenas interpretaram o mundo de várias maneiras. A questão, no
entanto, é mudá-lo." — "Décima Primeira Tese sobre Feuerbach",
entalhada no túmulo de Marx, no cemitério de Highgate, Londres.
Karl Marx (1818-1883) foi um economista e sociólogo alemão que se associou a
Friedrich Engels para escrever sobre Economia e Política. Em 1845, publicou A Miséria da Filosofia. Em 1848, publica, juntamente com
Engels, O Manifesto Comunista. Em 1859, publica a Crítica da Política Econômica, que contém a essência das
teorias econômicas, posteriormente desenvolvidas em seu livro famoso O Capital, cujo primeiro volume surgiu em 1867.
Karl Marx
nasceu e foi criado em Trier (na antiga Prússia). Seus pais eram judeus que se
converteram ao cristianismo. Depois de estudar direito em Bonn durante um ano,
Marx mudou-se em 1836 para Berlim. Sob a influência dos jovens hegelianos,
grupo que se opunha aos ensinamentos idealistas de Hegel em favor do
materialismo, seu interesse pela filosofia aumentou sobremaneira.
As pessoas se
alinham em grupos...
==> ... com outros que compartilham de seus interesses sociais e econômicos. ==> ...
contra aqueles em conflito com seus interesses sociais e econômicos. ==> O
status socioeconômico de cada grupo é definido por sua relação com a
propriedade e
os meios de produção. ==> O proletariado possui poucas propriedades ou
negócios. ==> A burguesia ou classe dominante possui a maioria das propriedades
e dos negócios. ==> Quando os meios de produção mudam (por exemplo, do
agrícola para o industrial), há revoluções e
guerras. ==> A classe
dominante é substituída por outra. ==> A história é um
registro dessas lutas de classe e substituições. (1)
O ponto de partida para a compreensão da
concepção dialético-materialista da natureza e da história é a dialética de
Hegel. Hegel (1770-1831) estabelecera as três fases do desenvolvimento do
pensamento: tese, antítese, síntese (ou luta dos contrários). Uma vez alcançada
a síntese, esta se torna uma nova tese para mais uma etapa da evolução do
pensamento. Hegel falava a respeito do pensamento, da ideia, por isso idealista.
Feuerbach (1775-1833), que foi discípulo Hegel, discorda do seu mestre, inverte
a dialética de Hegel, colocando a matéria como principal e o Espírito como
secundário. Marx, que também fora discípulo de Hegel, junta essas duas
concepções e concebe o materialismo dialético histórico. Por que o faz? Por
causa da sua observação da luta de classes ao longo da história da humanidade.
Viu que na Idade Primitiva, os escravos lutavam contra os senhores; na Idade
Média, os vassalos lutavam contra os senhores feudais; na Idade Moderna, o
proletariado lutava contra os empresários.
A teoria da luta de classes, defendida por Karl Marx e Friedrich Engels
no Manifesto do Partido Comunista, expressa o pensamento desses autores sobre a
relação que há entre o opressor e o oprimido. Opressor é quem domina os meios
de produção; oprimido, o proletariado. Por esta razão, Marx propõe a luta de
classes, ou seja, o trabalhador, o explorado tem que pegar em armas e lutar
contra o seu explorador, o patrão, o capitalista, para se libertar do jugo da
mais-valia (parte do valor da força de trabalho dispendida por um determinado
trabalhador na produção e que não é remunerado pelo patrão).
As doutrinas
de Marx foram bem aceitas porque deram uma interpretação popular aos
acontecimentos, e a recobriram com um véu pseudofilosófico que as tornou
agradáveis tanto ao espiritualismo hegeliano quanto ao rude materialismo.
(1) VÁRIOS
COLABORADORES. O Livro da Filosofia. Tradução de
Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: Globo, 2011.
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