"Somos
feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro." (Sigmund
Freud)
Sigmund
Freud (1856-1939), o
fundador da psicanálise, nasceu em uma família judaica de Freilberg, na
Morávia, então parte do Império Austro-Húngaro. Casado e teve seis filhos. Teve
um câncer de mandíbula e, de 1923 em diante, submeteu-se a mais de trinta
operações na tentativa de obter cura. Foi excelente estudante no colégio e
recebeu diploma de medicina pela Universidade de Viena em 1881. Durante os dez
anos seguintes, fez pesquisas na área da fisiologia, integrou a equipe de uma
clínica psiquiátrica, deu consultas particulares em neurologia, trabalhou em
Paris com o eminente neurologista francês Jean Charcot e com o médico vienense
Josef Breuer.
Obras
principais: A Interpretação dos Sonhos
(1900), Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901), O Chiste e sua Relação com o Inconsciente (1905), Cinco Lições sobre a Psicanálise (1909), Totem e Tabu
(1912), O Futuro de uma Ilusão
(1927), Mal-estar na Civilização
(1930).
Em 1902,
organizara um grupo para discutir assuntos ligados à psicologia, em Viena, e um
dos primeiros membros foi Alfred Adler; alguns anos mais tarde Carl Jung
juntou-se a eles. Ambos iriam tornar-se psicólogos da fama mundial, por mérito
próprio.
Freud
desenvolveu a técnica da psicanálise como método de tratamento das doenças
mentais. Formulou a teoria de estrutura da personalidade humana e também
desenvolveu ou popularizou as teorias psicológicas referentes à ansiedade,
mecanismos de defesa, complexo de castração, repressão e sublimação, para
mencionar apenas algumas delas. Suas ideias em psicologia revolucionaram
completamente nosso conceito sobre mente humana, e muitas noções e termos por
ele introduzidos tornaram-se de usos comum — por exemplo, o id, o ego, o
superego, o complexo de Édipo e o desejo de morte (1)
Em se tratando
da filosofia, sua revelação do inconsciente como lugar de nossos desejos
reprimidos, origem de nossos sonhos e fonte de nosso imaginário, provocou um
profundo questionamento da tradição filosófica racionalista que definia o homem
precisamente por sua consciência e racionalidade. "A psicanálise nos
ensina que a essência do do processo de repressão não consiste em suprimir, negar uma
representação que indica uma pulsão, mas em impedi-la de tornar-se consciente.
Dizemos assim que se encontra em um estado 'inconsciente', e podemos fornecer provas sólidas de
que, mesmo inconsciente, ela produz efeitos, alguns dos quais podem até atingir
o consciente." (2)
Método de
Freud: pedia que seus pacientes se deitassem em um divã e falassem tudo o que
lhes viesse à mente, e isso costumava fazê-los se sentir muito melhor à medida
que liberavam suas ideias. Essa “livre associação”, que permite um fluxo de
ideias, gerou resultados surpreendentes, tornando consciente o que antes era
inconsciente. Ele também pedia que os pacientes relatassem seus sonhos. De
alguma maneira, essa “cura pela fala” destravava os pensamentos problemáticos e
eliminava alguns dos sintomas. Era como se o ato da fala liberasse a pressão
causada pelas ideias com as quais os pacientes não queriam se confrontar. Foi o
nascimento da psicanálise. (3)
Psicanálise. Disciplina fundada e nomeada por
Sigmund Freud, que abrange: 1) um método de investigação da significação do
inconsciente das falas, dos atos e das produções imaginárias de um sujeito; 2) um
método psicoterapêutico fundado nessa investigação; 3) um conjunto de teorias
psicológicas e psicopatológicas que formam o corpo de uma doutrina.
(1) HART,
Michael H. As 100 maiores personalidades da história. 14ª ed. Rio
de Janeiro: DIFEL, 2011.
(2) JAPIASSÚ,
Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
(3) WARBURTON,
Nigel. Uma Breve História da Filosofia. Tradução de Rogério Bettoni. Porto
Alegre, RS: L&PM, 2012. (Coleção L&PM POCKET)
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