22 fevereiro 2020

Abbagnano, Nicola

"A própria razão é falível, e esta falibilidade deve encontrar um lugar em nossa lógica." (Nicola Abbagnano)

Nicola Abbagnano (1901-1990) foi um destacado filósofo existencialista italiano. Nasceu em Salerno, estudou em Nápoles e lecionou em Turim. Sua “filosofia do possível” condena os outros existencialistas quer por negarem as possibilidades humanas (porque todos os nossos esforços são fúteis num universo hostil e sem sentido), quer por as exagerarem, imaginando que podemos fazer coisas que, na verdade, estão além de nossa capacidade. Em 1950 Abbagnano criou com Franco Ferrarotti os Quaderni di filosofia. A partir de 1952, ao lado de Norberto Bobbio, dirigiu a Rivista di filosofia.

No existencialismo, desvinculado das implicações negativas que ele observava tanto em Heidegger e Jaspers, como em Sartre, no pragmatismo deweyano e no neopositivismo, Abbagnano via as manifestações de um novo clima filosófico, a que se referiu em um artigo de 1948 como um "novo iluminismo".

Logo após a 2ª Guerra Mundial foi co-fundador do Centro di studi metodologici de Turim, constituído em 1947 com a finalidade de fomentar pesquisas sobre as relações entre lógica, ciência, técnica e linguagem. Em pouco tempo, o Centro tornou-se o principal núcleo de difusão da epistemologia, particularmente do neopositivismo. Abbagnano definiu a própria filosofia como existencialismo positivo.

Algumas de suas obras: Le sorgenti irrazionali del pensiero (1923); Il problema dell'arte (1925); Il nuovo idealismo inglese e americano (1927); La filosofía di E. Meyerson e la lógica dell'identità (1929); Guglielmo d'Ockham (1931); La nozione del tempo secondo Aristotele (1933); La física nuova (1934); Introduzione all'esistenzialismo (1942); Storia della filosofía, 12 vol. (1946-1950); Dizionario di filosofia (1961). (1)

(1) 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicola_Abbagnano

Complemento

A base do existencialismo está na discussão do possível. Para Sartre: "A existência precede a essência". É a tese da impossibilidade do possível. Ele retoma a fórmula de Lequier: "Fazer e, ao fazer, fazer-se". É a expressão metafísica da crença na liberdade absoluta segundo a qual o ser vivo e pensante faz a si mesmo tanto quanto lho permitem certas determinações já tomadas. Além do exposto, Abbagnano acrescenta o grupo da necessidade do possível e o grupo da possibilidade do possível.

De acordo com Abbagnano, o conceito de felicidade é humano e mundano. Em geral, é um estado de satisfação devido à própria situação do mundo. Por essa relação com a situação do mundo, a noção de felicidade difere da de beatitude a qual é o ideal de uma satisfação independente da relação do homem com o mundo e por isso limitada à esfera contemplativa ou religiosa.

O "Dicionário" Abbagnano é uma obra ampla e abrangente, indispensável para estudantes e estudiosos da filosofia. É um dicionário filosófico que busca o significado conceitual de cada termo, relacionando-o com os diferentes contextos e sistemas filosóficos. Cada verbete também apresenta o termo em grego, latim, inglês, francês e alemão.


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