Para Sócrates, os sonhos podem ser advertências
divinas. No Críton, foi advertido em sonho do dia em que sua
execução ia ocorrer. Na Apologia, afirma-se investido de uma missão
divina revelada em sonhos.
Diotima, no Banquete, define o daimon:
intermediário entre os deuses e os homens, transmite aos homens mensagens
divinas, quer de dia, quer de noite, através dos sonhos, ou por intermédio dos
oráculos.
Na Antiguidade, um daimon é ao
mesmo tempo um mediador e um mensageiro (anjo). Na realidade, o famoso
“demônio”, de Sócrates não é um demônio. Não emprega o nome daimon,
mas seu adjetivo, daimonios — demônico.
Sócrates relata que o demônico começou desde a sua
infância. Dizia: “Uma voz que só se produz para me afastar do que vou fazer,
mas não me impele nunca a agir”. Trata-se, pois, de uma voz que só transmite
proibições divinas.
DUHOT, Jean-Joël. Sócrates ou o Despertar
da Consciência. Tradução de Paulo Menezes. São Paulo: Loyola, 2004, p. 94 a
96.
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