Em 399, Sócrates foi objeto de uma acusação
apresentada por três homens, Anitos Meletos e Licon. É mais um processo
religioso do que político.
As três acusações são
1) Não reconhecer os deuses da cidade
2) Introduzir novos seres divinos
3) Corromper a juventude.
De acordo com Jean-Joël Duhot, em Sócrates
ou o Despertar da Consciência, o desenrolar do processo sofreu um deslize:
“Os juízes deviam pronunciar duas vezes. Na primeira vez, tratava-se de
determinar se o acusado era culpado, o que foi feito no caso de Sócrates, mas
com uma fraca maioria. A segunda vez decidia a pena. Os acusadores pediam a
morte e o acusado devia propor uma nova pena, mas a decisão cabia ao tribunal.
O processo se decidiu nesse momento: Sócrates começou dizendo que merecia ser
sustentado no Pritaneu, honra insigne, pelo bem que fizera à cidade, e propôs
como pena uma multa ridícula. Seus amigos intervieram em seguida propondo uma
soma muito mais importante, mas era tarde demais, e o tribunal teve o
sentimento se que Sócrates zombava dele. Votou a morte com uma maioria mais
forte do que tinha votado a culpabilidade”.
Sabe-se, também, que os seus discípulos haviam
programado uma evasão, cuja concretização dependia da aprovação de Sócrates.
Como defendia a obediência à lei, recusou tal proposta.
Defender ideias filosóficas, até o constrangimento
no momento da morte anunciada, corrobora o estatuto de mártir e a grandeza de
seu pensamento.
Ler O Processo, capítulo 3, de Sócrates
ou o Despertar da Consciência, por Jean-Joël Duhot. Tradução de Paulo
Menezes. São Paulo: Loyola, 2004.
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