Um código moral é essencial para a sobrevivência de uma
sociedade. Sem este, haveria a necessidade de todos viverem livremente e no
maior interesse das outras pessoas. Na cultura ocidental, a influência
dominante é o sistema ético baseado na tradição judaico-cristã.
Em se tratando do comportamento, devemos ter em mente os valores
essenciais, que são aqueles sem os quais não podemos viver. Sócrates referiu-se
ao conhecimento ou autoconhecimento; Aristóteles, à felicidade. De um modo
geral, podemos dizer que os valores essenciais são: verdade, justiça, paz,
felicidade. Lembremo-nos da advertência de Aristóteles: “Não agimos
corretamente porque temos virtude ou excelência, mas as temos porque agimos corretamente.”
O absolutismo moral determina que certas ações são
totalmente certas e outras totalmente erradas. Nesse sentido, os dez
mandamentos podem ser considerados absolutos. No Ocidente, contudo, o
absolutismo moral não é mais definido pela lei, mas por um ideal.
Esse ideal é conhecido como a Regra de Ouro: tratar os outros como gostaríamos
que nos tratassem. Daí, o imperativo categórico de Kant: “Age só segundo máxima
tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal”.
Os princípios religiosos são úteis à formação de nossos comportamentos.
É preciso, porém, tomar cuidado, pois quando agimos somente em função dos
princípios religiosos, podemos cair na armadilha proposta por Blaise
Pascal (1623-1662): "Os homens nunca fazem o mal tão completamente e
alegremente como quando o fazem por convicção religiosa.” Lembremo-nos de que
quando uma lei religiosa persiste é porque a sua “verdade” baseia-se muito mais
em valores universais do que os princípios daquela dita religião.
Nem sempre é errado violar uma lei, principalmente quando ela exija que
o sujeito faça algo imoral ou contrário à sua consciência. A consciência moral
é que nos dita as normas. Ouçamos Martinho Lutero (1483-1546): “Não posso nem
quero retratar-me de nada, porque fazer algo contra a consciência não é seguro
nem saudável. Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me
ajude. Amém.”
Muitos afirmam que o karma determina o nosso comportamento. Não é
verdade. Karma significa “impressões”, “tendências”, ou “possibilidades”. Karma
não é o ato ou a ação, e sim a intenção que determina o efeito
cármico da ação. O karma afeta a natureza de seu renascimento, mas
não afeta as suas ações. O karma fornece uma situação mas não a resposta do
sujeito diante daquela situação.
Para bem vivermos, consultemos a nossa consciência e respeitemos as
normas da sociedade em que estivermos inseridos.
Fonte de Consulta
BENEDICT, Gerald (Gerald Samuel). Filósofo em 5 Minutos.
Tradução de Patrícia Azeredo. Rio de Janeiro: BestSeller, 2014.
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