30 abril 2022

Clareza

NOTAS DO MÊS DE JANEIRO DO LIVRO DIÁRIO ESTOICO, de Ryan Holiday e Stephen Hanselman

A prática mais importante da filosofia estoica é a distinção entre o que podemos mudar e o que não podemos.

Este livro não é para nos tornarmos mais inteligentes, mais sábios, mas para aprendermos a viver.

É imperioso para a nossa perfeita liberdade sabermos dizer não ao que não é importante para nós.

Percepção, Ação e Vontade. Controlemos as percepções, orientemos as nossas ações e aceitemos aquilo que está fora de controle.

Tenhamos sempre um objetivo em mente. Podemos não alcançá-lo, mas não ter um objetivo é uma garantia de que não vamos alcançá-lo.

Saberíamos responder com profundidade às seguintes questões: Quem é você? O que você faz? De onde você é?

Escolha (correta), Recusa (da tentação), Anseio (pelo melhor), Repulsa (da negatividade), Preparação (para o futuro), Objetivo (fim proposto) e Consentimento (livre do engano). Asseguremos que é isso o que a mente faz.

Prazeres inofensivos podem se tornar vícios descomunais. Exemplos: tomar refrigerante? Usar drogas? Reclamar? Fofocar? Navegar na Internet?

As circunstâncias são externas, e muitas vezes impedem o nosso controle. O que controlamos? A opinião que fazemos delas.

Filtremos o mundo externo, calibrando-o pelo nosso julgamento.

A serenidade e a estabilidade não dependem do ambiente externo, mas de nossas escolhas e dos nossos julgamentos para o aqui e agora. A qualquer hora do dia, verifiquemos se realmente estamos de posse de nossas escolhas.

Segundo os estoicos, o círculo de controle contém apenas uma coisa: SUA MENTE. Podemos ser acometido por uma doença, uma deficiência física, ser preso injustamente. Isso é bom porque reduz as coisas que temos de nos preocupar.

Cientistas da alimentação desenvolvem produtos para explorar nossas papilas gustativas. Na Internet, há uma enxurrada de aplicativos tão viciosos quanto jogos de azar. Mídia publica notícias para provocar a indignação e raiva. Tudo isso, distrai-nos do que realmente importa. Prestar atenção é algo que demanda trabalho e consciência, mas isso não é melhor do que ser manipulado como uma marionete?

Em seu ensaio sobre a tranquilidade, Sêneca usa a palavra grega euthymia, que ele define como “acreditar em si mesmo e confiar que está no caminho correto, e não duvidar disso, ao seguir a miríade de trilhas daqueles que vagam em todas as direções”.

Em se tratando de fazer as coisas maquinalmente, deveríamos nos perguntar: é essa realmente a melhor maneira de fazer isso? Descubramos os motivos de tais ações e procuremos fazer as coisas pelas razões corretas.

Quando o medo surge diante de uma tarefa difícil, pensemos em algo muito simples: comecemos o trabalho. O resto vem.

Há clareza (e alegria) em ver o que outros não podem ver, em descobrir graça e harmonia em lugares que outros ignoram.

Em todas as situações, adversas ou vantajosas, façamos apenas uma coisa: concentremo-nos no que está sob nosso controle, em oposição ao que não está.

Afastamo-nos dos princípios e crenças que lhe são caros? Não importa. O que aconteceu ontem é passado. Recomecemos agora mesmo.

Os estoicos defendiam tirar um tempo para a meditação — à noite ou de manhã —, mais do que qualquer outra coisa.

Lembremo-nos de fazer todas as noites as seguintes questões: Que mau hábito reprimi hoje? Como estou melhor? Minhas ações foram justas? Como posso melhorar?

O dinheiro pode ajudar (externamente), mas não conseguirá resolver as coisas internas.

Quinto Júnio Rústico — professor de Marco Aurélio — influenciou o seu aluno para ir além da superficialidade das coisas.

Quanto mais propriedades temos, menos livres nos tornamos. Temos que cuidar delas.

Mantra, em sânscrito, significa “fala sagrada”. Pode ser uma palavra, uma frase, um pensamento, até um som, destinada a fornecer clareza ou orientação espiritual. Eis um exemplo: “Todos os dias sob todos os aspectos vou cada vez melhor”. É um auxiliar para nossas distrações ou distanciamento do foco de nossa vida.

O que desejar e o que rechaçar? Quais são as nossas motivações? Estamos agindo pelas razões corretas?

Perguntar “o que Jesus faria” seria um modelo ideal para as nossas ações. Dar sempre bons exemplos, pois estes corrigem com mais eficácia.

Faça bem o que tem de fazer e não se preocupe com as tarefas que cabem aos outros.

Que necessidade temos de estar a par de todos os escândalos e fofocas de mídia? Dispor de tempo para conhecer melhor as condições do país e nas pessoas que poderíamos colocar no parlamento.

O estoicismo ajuda-nos a trilhar o caminho correto, caso tenhamos nos afastado dele pela nossa incúria de correr atrás do dinheiro e da posição social.

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