11 setembro 2025

A Utilidade do Inútil: Um Manifesto (Resumo)

O livro A Utilidade do Inútil: Um Manifesto está dividido em três partes. Primeira Parte — "A Útil Inutilidade da Literatura" (26 tópicos). Segunda Parte — "A Universidade-Empresa e os Estudantes-Clientes" (17 tópicos). Terceira Parte — "Possuir Mata: Dignitas Hominis, Amor, Verdade" (4 tópicos). Há, também, um Apêndice — "A Utilidade do Conhecimento Inútil", por Abraham Flexner.

Nuccio Ordine, professor e filósofo italiano, enfatiza, neste livro, que aquilo que muitas vezes é considerado “inútil” — como a arte, a literatura, a filosofia, a música, a poesia, o saber desinteressado — é, na verdade, fundamental para a construção de sociedades mais justas e livres. É um manifesto que se contrapõe ao modelo dominante de sociedade utilitarista e mercantil, em que tudo é avaliado pelo lucro imediato.

Ordine usa trechos de pensadores e escritores (Platão, Montaigne, Shakespeare, García Lorca, entre outros) para mostrar como, ao longo da história, a cultura foi sempre vista como pilar da civilização.

Eis algumas ideias principais:

1) O “inútil” como essencial. Artes, literatura e filosofia não produzem riqueza material, mas enriquecem o espírito e ampliam a liberdade do pensamento. São inúteis do ponto de vista mercantil, mas essenciais para a dignidade humana.

2) Crítica ao utilitarismo e ao mercado. A lógica do mercado transforma tudo em mercadoria, inclusive o conhecimento. A educação, por exemplo, passa a ser vista apenas como instrumento para o trabalho, e não como formação integral do ser humano.

3) Educação e cultura. O autor defende uma escola e universidade voltadas para o saber gratuito e universal, não apenas para o ensino de competências técnicas. A leitura de clássicos e o contato com as humanidades são formas de resistência contra a desumanização.

4) A utilidade daquilo que não tem preço. Amor, amizade, solidariedade, justiça e beleza não podem ser comprados ou vendidos, mas sustentam a vida social. O valor desses bens é inestimável justamente porque não é monetário.

Resumindo: O “inútil” é o que nos torna humanos. O lucro não é a medida de todas as coisas. A cultura, o pensamento e a beleza são a verdadeira riqueza.

ORDINE, Nuccio. A Utilidade do Inútil: Um Manifesto. Seguido de um ensaio de Abraham Flexner. Tradução de Luiz Carlos Bombassaro. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.



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