O livro A Utilidade do Inútil: Um Manifesto está dividido
em três partes. Primeira Parte — "A Útil Inutilidade da Literatura" (26 tópicos).
Segunda Parte — "A Universidade-Empresa e os Estudantes-Clientes" (17 tópicos).
Terceira Parte — "Possuir Mata: Dignitas
Hominis, Amor, Verdade" (4 tópicos). Há, também, um Apêndice — "A
Utilidade do Conhecimento Inútil", por Abraham Flexner.
Ordine usa
trechos de pensadores e escritores (Platão, Montaigne, Shakespeare, García
Lorca, entre outros) para mostrar como, ao longo da história, a cultura foi
sempre vista como pilar da civilização.
Eis algumas
ideias principais:
1) O “inútil” como essencial. Artes, literatura
e filosofia não produzem riqueza material, mas enriquecem o espírito e ampliam
a liberdade do pensamento. São inúteis do ponto de vista mercantil, mas
essenciais para a dignidade humana.
2) Crítica ao utilitarismo e ao
mercado. A lógica do mercado transforma tudo em mercadoria,
inclusive o conhecimento. A educação, por exemplo, passa a ser vista apenas
como instrumento para o trabalho, e não como formação integral do ser humano.
3) Educação e cultura. O autor defende
uma escola e universidade voltadas para o saber
gratuito e universal, não apenas para o ensino de competências
técnicas. A leitura de clássicos e o contato com as humanidades são formas de
resistência contra a desumanização.
4) A utilidade daquilo que não tem
preço. Amor, amizade, solidariedade, justiça e beleza não
podem ser comprados ou vendidos, mas sustentam a vida social. O valor desses
bens é inestimável justamente porque não é monetário.
Resumindo: O “inútil” é o que nos torna humanos. O lucro não é a medida de todas as coisas. A cultura, o pensamento e a beleza são a verdadeira riqueza.
ORDINE, Nuccio. A Utilidade do Inútil: Um Manifesto. Seguido de um ensaio de Abraham Flexner. Tradução de Luiz Carlos Bombassaro. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.
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